PJ apreende mais de 400 mil euros em investigação na Câmara de Pedrógão Grande

Tiago Henrique Marques / Lusa

Foram apreendidos mais de 400 mil euros pela Polícia Judiciária na investigação que levou à detenção de um funcionário da Câmara de Pedrógão Grande, suspeito de crimes de peculato e de falsificação de documento.

Esta terça-feira, a Polícia Judiciária fez buscas na Câmara Municipal de Pedrógão Grande, devido a uma denúncia do presidente da câmara por “suspeitas de falsificação de documentos e desvio de dinheiro por parte de três funcionários do Departamento Contabilístico e Tesouraria”, avançou o autarca Valdemar Alves ao Observador.

A denúncia foi feita pelo próprio ao Ministério Público e à Polícia Judiciária. “Já andava desconfiado que algo de errado se passava naquele departamento”, disse. Quando pediu ao Revisor Oficial de Contas para analisar os documentos, o resultado não o surpreendeu. “Confirmou-se a minha suspeita de falsificação de documentos e desvio de dinheiro”.

A PJ apreendeu mais de 400 mil euros na investigação que levou à detenção de um chefe de divisão da Câmara de Pedrógão Grande, suspeito de vários crimes de peculato e de falsificação de documentos.

O caso envolve um chefe de divisão, uma contabilista e uma tesoureira da Câmara de Pedrógão Grande que estão suspeitos da prática de “vários crimes de peculato e de falsificação de documentos”, disse esta quarta-feira à Lusa fonte da PJ. O chefe de divisão foi detido e uma das funcionárias foi constituída arguida.

“Não temos ainda um valor final apurado, mas nas diligências de terça-feira apreendemos, em numerário, um valor superior a 80 mil euros”, sendo que, juntamente com o saldo bancário, foram apreendidos “mais de 400 mil euros”, acrescentou a mesma fonte.

De acordo com a PJ, a prática destes crimes terá decorrido ao longo de 2017 e início de 2018, mas há uma “suspeita forte de que esta atividade já vinha sendo praticada muito antes de 2017”.

A investigação arrancou no início deste ano. A mesma fonte referiu que o desvio de dinheiro da autarquia não está relacionado com fundos de donativos associados ao apoio pós-incêndio.

O suspeito alegadamente “elaborava ordens de pagamento, falsas ou falsificadas, aparentemente em benefício de terceiros, no todo ou em parte”, sendo que terá recolhido “as assinaturas de verificação e de autorização desses pagamentos, de que depois beneficiava pessoalmente, usando o fundo de maneio da autarquia, que mantinha acima dos valores legais”, refere a PJ, num comunicado enviado à Lusa.

Através da elaboração de ordens de pagamento falsas, o suspeito terá liquidado “diversas despesas particulares, recebendo em seguida o respetivo valor, fazendo constar que o pagamento de tais despesas era da responsabilidade da autarquia”, acrescenta a Diretoria do Centro.

O suspeito vai ser presente esta quarta-feira à tarde no Tribunal de Leiria, para primeiro interrogatório e aplicação de medidas de coação.

 

ZAP // Lusa

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