40% dos utentes vão ser proibidos de entrar nas urgências

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Mário Cruz / Lusa

Um novo projeto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai reencaminhar os doentes para os centros de saúde e reduzir a pressão nas urgências.

“Ligue SNS24, Salve Vidas” é o nome do projeto que vai dar resposta ao doente agudo, sempre que este precise de ir à urgência.

O número telefónico 808 24 24 24 vai assegurar consultas para os doentes menos graves que forem às urgências.

O objetivo é reduzir a afluência, que cresce continuamente e atrapalha o atendimento de casos mais graves, dando resposta ao doente agudo num espaço clinicamente mais adequado.

A novidade é avançada pelo Jornal de Notícias. Segundo o matutino, as pulseiras verdes e azuis – os casos menos graves – fazem à volta de 40% do total nacional de doentes nas urgências.

O projeto-piloto arranca hoje na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde e vai ser apresentado pelo diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo.

Ao JN, Fernando Araújo justificou a implementação do projeto, referindo que é conveniente haver “sempre resposta ao doente no tempo clinicamente adequado”.

Os doentes que não forem aceites nas urgências, através desta linha telefónica, serão orientados para uma consulta no centro de saúde, no próprio dia ou no dia seguinte.

Aos fins de semana e feriados, a resposta é assegurada das 9 às 13 horas, na sede do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) dos dois municípios.

A entrada nas urgência passará, assim, a ser exclusiva a doentes com orientação para tal.

Esta medida deverá diminuir a pressão destes serviços, permitindo que os todos os doentes – os graves e os menos graves – sejam atendidos com mais qualidade.

Os doentes que recusarem ser reencaminhados para essas consultas serão igualmente recusados.

Para já, as 14 unidades de saúde familiar do ACeS abriram 750 consultas por semana – número que poderá ser sempre alargado em função da procura.

Fernando Araújo encara este desenvolvimento como um “sinal de esperança”, para os profissionais de saúde, e que estão a ocorrer mudanças positivas no SNS.

A referenciação obrigatória para o acesso às urgências é reivindicada por profissionais de saúde, há vários anos.

O projeto “Ligue SNS24, Salve Vidas” destina-se apenas a adultos. Arranca hoje na Póvoa de Varzim e Vila do Conde e espera-se que, gradualmente, seja alargado ao resto do país.

ZAP //

7 Comments

  1. O projecto é para iniciar na Póvoa de Varzim/Vila do Conde por serem concelhos com uma taxa de cobertura de médico de família próxima dos 100% e os cuidados primários são assegurados por 14 unidades de saúde familiar (USF), das quais 12 modelo B, com remuneração associada ao desempenho. Num universo de 1 milhão e 600 mil utentes sem médico de família em que existem Centros de Saúde e Hospitais com enorme falta de meios humanos e materiais, situações de SAP´s com atendimento intermitente, como vai ser possível até ao Inverno ter o Serviço a funcionar? O SNS precisa de medidas urgentes, para hoje, com mais financiamento, mais recrutamento de médicos, enfermeiros e auxiliares, com remunerações e condições de trabalho justas, mais meios complementares de diagnóstico, ou seja, o SNS precisa de regressar aos parâmetros que deram origem à sua formação, qualidade, universal, geral e gratuito. É preciso abrir os cordões à bolsa para gastar o dinheiro, em primeiro lugar, naquilo que é essencial para a vida humana.

  2. “Os doentes que não forem aceites nas urgências, através desta linha telefónica, serão orientados para uma consulta no centro de saúde, no próprio dia ou no dia seguinte.”
    Sim, pois. E onde não há médicos nos centros de saúde, como é o caso do concelho onde resido, a menos de 40 km de Lisboa? Ainda ontem, precisámos de uma consulta de urgência e na linha 24 disseram para irmos ao Centro de Saúde. Ficaram surpreendidos quando dissemos que no nosso não há médicos. Resultado, logo encaminhados para o hospital.

  3. pois bela medida mas como já alguns dizem acima encaminham para o centro de saúde mas depois não tem médicos ou vagas.
    Muitos dos doentes chegam aos centros de saude e como não à vagas vão às urgências pois é a unica solução ou então temos os centros de saúde em que os doentes sem médico só podem marcar consulta no inicio do mês…
    Enfim… se melhorarem o desempenho dos centros de saúde já não será preciso recorrer às urgências dos hospitais e depois, por caricato que pareça, vamos ao hospital público do SNS e se necessário baixa o hospital não dá e tem que se ir ao médico de trabalho…

  4. Ir aos centros de saúde ? Com vagas só no espaço de 2 meses? Entretanto alguém que tenha assunto grave, morre. Isto cada vez está pior. Prendam é estes gajos que comandam o SNS, o ministro e o diretor executivo. Ou então em vez de dois, ponham sete ou oito mânfios a comandar o SNS.

  5. O SNS está desenhado para o utente dirigir-se ao privado, que sempre atende.
    São contra o serviço de saúde privado, mas, criam a necessidade de desenvolver o privado.
    A hipocrisia de sempre, mais social, enquanto há dinheiro dos outros, quando acaba…

  6. Desculpe que lhe diga,mas não sabe do que fala !!!!
    Mais meios, mais médicos, mais dinheiro, nada resolvem.
    O que é preciso é por ordem na casa.
    Coisas simples e básicas: acabar com o turismo de saúde, indianos, nepaleses, brasileiros, venezuelanos, que nada contribuiram em Portugal e vem cá ser tratados. Isto não é conversa de Chega, basta ir a uma urgência e ver.
    Depois é preciso racionalizar as coisas: organizar o funcionamento dos hospitais, tirando os médicos da gestão e colocando gestores, não é colocar boys !
    Há que apostar nos cuidados de saúde primários e na informação da população; permitir a propaganda do veneno da coca-cola, e outras porcarias similares e depois querer mais médicos e dinheiro.
    Por último há que responsabilizar as pessoas : se fumam e depois tem problemas de saúde, só tem é que pagar esses cuidados de saúde, não sermos todos a pagar os desmandos de uns quantos; aplica-se ao tabaco, às drogas, ao alcool, etc.

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