40% dos profissionais sob pressão tomam medicação para dormir (enfermeiros, polícias e jornalistas)

O ISCTE, o Instituto Universitário Egas Moniz e a Universidade do Porto realizaram um estudo com mais de 500 profissionais sob pressão, e concluíram que 40% dos enfermeiros, polícias e jornalistas tomam medicamentos para ter uma melhor noite de sono.

O estudo contou com profissionais da área do jornalismo, com enfermeiros e com polícias, e foi apresentado esta sexta feira, em Lisboa, numa conferência online.

Segundo o jornal Público, o projeto integra dez investigadores das três entidades envolvidas, e é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Os artigos científicos resultantes do trabalho apenas vão ser publicados mais tarde.

Numa amostra com cerca de 500 profissionais sob pressão, 40% tomam medicamentos para conseguirem dormir, explica Noémia Lopes, investigadora da ISCTE e do Egas Moniz.

A socióloga tem trabalhado e coordenado diversos estudos na área da sociologia da saúde, nomeadamente no âmbito da auto medicação, dos novos usos sociais dos medicamentos e das mudanças nas culturas terapêuticas.

A equipa de investigação selecionou “três profissões que têm em comum ter que lidar com ocorrências imprevisíveis, que requerem uma resposta imediata e que implicam ritmos de trabalho intensos”, realça Noémia Lopes.

O projeto avalia diferentes parâmetros do trabalho sob pressão, entre os quais a quantificação do ritmo de trabalho, a exposição ao risco e as exigências da atividade profissional.

O estudo depois relaciona estas questões com o uso de medicamentos para melhorar ou suportar o seu desempenha, sendo que “mais de 70% dos profissionais inquiridos identificam o seu ritmo de trabalho como muito ou excessivamente intenso”, nota Noémia Lopes.

Os questionários aos profissionais foram realizados online e as perguntas foram construídas após reuniões com membros de cada uma das classes profissionais.

A primeira parte da conferência sobre o estudo vai ser dedicada à apresentação de resultados e está dividida em três secções: “Trabalho e medicamentos na gestão do desempenho”, “Grupos profissionais e fatores de pressão social” e “Trabalho e vida pessoal/familiar”, para terminar.

A segunda parte da apresentação vai contar com o professor Jonathan Gabe, da Royal Halloway, e com um debate no qual participam presidentes ou ex-dirigentes dos principais sindicatos das classes profissionais em análise.

A coordenadora do projeto adianta que vão também organizar sessões de apresentação dos resultados, dirigidas a cada uma das classes, para aprofundar os dados apurados, relativamente a cada uma das profissões.

Até agora, sabe-se que 40% dos jornalistas, enfermeiros e polícias com ritmos “excessivamente intensos” de trabalho utilizam a medicação como solução para conseguirem dormir à noite.

ZAP //

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