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Casa, transporte e contratos chorudos. Há países europeus a “roubar” enfermeiros a Portugal

A Ordem dos Enfermeiros (OE) está preocupada com o recrutamento de enfermeiros portugueses por outros países europeus, revelando que nas últimas duas semanas se têm intensificado ofertas de Espanha, Reino Unido, Alemanha e Holanda.

Países como Espanha, Reino Unido, Alemanha e Holanda estão a oferecer aos enfermeiros portugueses “contratos anuais, transporte e alojamento gratuitos“, com propostas que aumentaram nos últimos tempos, com “condições mais vantajosas por parte de hospitais, mas também de lares”.

“Só de Espanha houve cinco contactos nos últimos dias, desde a Galiza às Canárias, com ofertas de 30 mil euros brutos anuais. Já a Holanda está a oferecer, além das melhores condições remuneratórias, casa, transporte e curso da língua”, aponta a OE em comunicado.

Esta situação “preocupa a OE que reitera ao Governo a necessidade de encontrar mecanismos de fixação dos enfermeiros em Portugal, que não passam pela oferta de contratos de quatro meses, como temos vindo a alertar”, sustenta o mesmo documento.

Não podemos continuar a comprar ventiladores e a exportar enfermeiros“, alerta a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco.

A Ordem lembra ainda que, “apesar de ser unânime o reconhecimento do trabalho dos Enfermeiros no combate à pandemia, não há qualquer incentivo, subsídios de risco ou penosidade, nem remunerações dignas”,

Só em 2019, mais de quatro mil enfermeiros solicitaram a declaração para efeitos de emigração, o que constitui um número recorde que triplicou em relação a 2017 e que representa um aumento de 64% face a 2018, ainda segundo a mesma entidade.

“Há quase 20 mil enfermeiros no estrangeiro” e “o Governo deveria preocupar-se em criar mecanismos para que possam voltar”, salienta ainda a OE.

“Face à situação que estamos a atravessar, após oito meses de pandemia com enfermeiros exaustos e muitos infectados, impedidos de trabalhar, é imperativo que seja revista a forma de contratação de enfermeiros, bem como as suas condições laborais”, conclui a Ordem.

ZAP // Lusa

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