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Em 2020, o Ártico teve a segunda menor extensão de gelo já registada

A 15 de setembro de 2020, o gelo do mar Ártico atingiu a sua extensão mínima anual, a segunda menor já registada. A região do Ártico em geral está a aquecer três vezes mais depressa do que o resto do planeta.

Este ano, o gelo do mar Ártico encolheu para a segunda menor extensão desde que há registos, ou seja desde o final dos anos 70 – anunciaram os cientistas da NASA.

Uma análise de dados do satélite da NASA e do National Snow and Ice Data Center mostra que a extensão mínima de 2020 foi, provavelmente, alcançada a 15 de setembro, e estimou que esta media 3,74 milhões de quilómetros quadrados.

Nas últimas duas décadas, a extensão de gelo do mar Ártico no verão diminuiu acentuadamente. A menor extensão de gelo que foi registada, aconteceu em 2012, depois de uma tempestade assolar a região, e quebrar o pouco gelo que ainda existia. A extensão do ano passado ficou em segundo lugar, até que a deste ano conseguiu um novo recorde.

O gelo do Oceano Ártico sofre padrões sazonais de mudança. No inverno, a água do mar congelada cobre quase todo o Oceano Ártico, bem como os mares vizinhos. Este gelo encolhe durante o final da primavera e do verão, e torna-se mais espesso, expandindo-se durante o outono e inverno.

Mark Serreze, diretor do National Snow and Ice Data Center, disse à CNN que este novo recorde mostra que “o Oceano Ártico está a percorrer um caminho onde se vai tornar sazonalmente livre de gelo. As 14 extensões de gelo mais baixas ocorreram nos últimos 14 anos. Nunca melhorou e não há indicação de recuperação. É algo que nunca vimos antes”.

Os cientistas da NASA afiram que uma onda de calor na Sibéria, durante a última primavera, fez com que o início do derretimento do gelo no Ártico começasse mais cedo.

Nathan Kurtz, cientista da NASA, disse num comunicado que: “este ano o Ártico estava muito quente, e as estações onde normalmente decorria o degelo, estão a começar cada vez mais cedo. Quanto mais cedo começar o derretimento, mais gelo se perde”.

A perda de gelo marinho ameaça a vida selvagem do Ártico, sobretudo a espécies como os ursos polares, as focas, e as algas. “Os números deixam um alerta vermelho, e aumentam a nossa preocupação para com a estabilidade do ambiente e dos animais”, disse Tom Foreman, especialista em vida selvagem polar.

De acordo com a NASA, quedas na extensão do gelo entre 2007 e 2012 – juntamente com o declínio geral da extensão do verão – levaram a que menos regiões de gelo espesso se acumulassem ao longo de vários invernos. Para além disso, um estudo recente mostrou que as águas mais quentes do Oceano Atlântico, estão a aproximar-se do fundo do gelo marinho, e estão a começar a aquecê-lo o que leva a um derretimento precoce.

O gelo está a diminuir no verão, mas também está a ficar mais fino. Esta situação preocupa a NASA pois o gelo fino também derrete mais rápido do que os blocos mais espessos.

Este problema é a consequência das ondas de calor provenientes da Sibéria, dos incêndios florestais, e das temperaturas acima da média que têm sobretudo assolado o Ártico Central.

ZAP //

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