Uma pessoa que exponha braços e pernas ao sol durante 20 minutos por dia, entre abril e setembro, obtém a vitamina D de que precisa para o ano inteiro.
“Ninguém deve expor-se ao sol ao ponto de ficar queimado”, mas tem a possibilidade de obter a “dose simples” necessária, disse à agência Lusa o reumatologista Pereira da Silva, docente da Universidade de Coimbra e organizador de uma conferência sobre a carência e os efeitos da vitamina D na população portuguesa.
Duzentos médicos de diversas especialidades, oriundos de todo o país, já se inscreveram no primeiro Fórum D, que vai decorrer este sábado no auditório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
A “dose simples” a que se refere o professor de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) pode ser assegurada, nos meses mais soalheiros do ano, entre as 10h e as 16h.
“A grande fonte desta vitamina é o sol, que transforma colesterol em vitamina D“, explicou.
Pereira da Silva salientou que “os portugueses têm muito sol, mas em geral fogem dele ou cobrem-se com protetor solar”, tal como acontece com os habitantes do Norte de África e do Médio Oriente, que envergam roupas pretas, “por hábito ou razões culturais”.
Dedicado à discussão científica do “papel da vitamina D na manutenção do bem-estar e envelhecimento saudável”, este encontro nacional visa debater as necessidades diárias da vitamina no organismo humano, “bem como as estratégias de combate à carência” desta substância.
Além dos benefícios esqueléticos e musculares, a vitamina D é indispensável para combater diversos tipos de cancro, hipertensão, infeções e doença de Alzheimer, entre outras enfermidades.
“Praticamente todas as células do organismo falam com a vitamina D”, afirmou o professor.
O défice de vitamina D é um problema que afeta cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo.
Num universo de 123 doentes idosos, internados no Serviço de Reumatologia do CHUC, 67,5% revelava “carência grave” de vitamina D, segundo um estudo recente citado por Pereira da Silva.
O estudo, da autoria de Tânia Santiago e outros investigadores, indicou 25% dos doentes com “carência moderada” e apenas 7% com “níveis normais” dessa vitamina.
Peixes gordos, como sardinha, salmão ou sargo, estão entre os alimentos mais ricos em vitamina D.
Durante o Fórum D, organizado pela Clínica Universitária de Reumatologia da FMUC, será apresentado o primeiro sítio em Portugal dedicado exclusivamente ao tema.
/Lusa