Pelo menos 18 mortes em ataque na região de Odessa. Ucrânia começa a exportar eletricidade para a UE

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Atef Safadi / EPA

Pelo menos 18 pessoas morreram e sete ficaram feridas num ataque com mísseis a 80 quilómetros de Odessa, com duas crianças entre as vítimas mortais, segundo avançou esta sexta-feira o governador daquela região na sul da Ucrânia, Maksym Marchenko.

No Telegram, o responsável informou que o ataque atingiu um prédio residencial e um centro recreativo em Odessa. Entre as vítimas mortais encontrava-se também uma mulher grávida. Oito pessoas procuraram por cuidados médicos e outras tantas foram resgatadas dos escombros, incluindo três crianças.

De acordo com a Reuters, o porta-voz da administração da região do sul da Ucrânia, Serguei Bratchuk, anunciou esta sexta-feira que “um avião estratégico realizou um ataque com mísseis na região de Odessa, a partir do mar Negro”.

Milhares de civis foram mortos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Os russos negam ter como alvo civis e dizem que atacam apenas infraestruturas militares, naquilo que classificam como uma “operação especial” para erradicar os nacionalistas.

Com as suas forças terrestres concentradas na região de Donbass, a Rússia mais do que duplicou o número de ataques com mísseis nas últimas duas semanas.

Este ataque surgiu após a Rússia ter avançado, na quinta-feira, que se ia retirar da Ilha Serpente para facilitar a exportação de cereais da Ucrânia, depois de aquela posição estratégica no Mar Negro ter estado sob bombardeamento ucraniano nas últimas semanas.

Contudo, Kiev diz que as tropas russas saíram da ilha após uma operação militar “notável”. No seu relatório diário, o Ministério da Defesa do Reino Unido considerou “muito provável” que a Rússia tenha abandonado a ilha devido aos ataques ucranianos, e não como um “gesto de boa vontade”, como Moscovo tem alegado.

https://twitter.com/DefenceHQ/status/1542753002150412291?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1542753002150412291%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fobservador.pt%2Fliveblogs%2Fmisseis-russos-matam-pelo-menos-17-pessoas-perto-de-odessa%2F

“As Forças Armadas ucranianas concretizaram ataques contra as forças russas nas últimas semanas, recorrendo a mísseis e drones. Além disso, usaram mísseis anti-navios para impedir os navios russos que tentavam reabastecer a ilha”, escreveu o Ministério de Defesa britânico no Twitter.

Enquanto isso, esta sexta-feira, o chefe de delegação europeia em Kiev e embaixador da União Europeia (UE) para a Ucrânia, Matti Maasikas, publicou o vídeo do momento em que a bandeira é colocada no plenário do Parlamento ucraniano. Na semana passada, a Ucrânia conseguiu obter o estatuto de país candidato.

Ucrânia começa a exportar eletricidade para a UE

A Ucrânia começou a exportar eletricidade “de maneira significativa” para a UE, através da Roménia, anunciou na quinta-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. “Este é apenas um primeiro passo”, sublinhou, no habitual discurso, indicando: “estamos a preparar-nos para aumentar as exportações”.

O presidente ucraniano defendeu que “a eletricidade ucraniana pode substituir uma parte considerável do gás russo consumido pelos europeus”. “Não é apenas uma questão de receitas de exportação para nós, é uma questão de segurança para toda a Europa”, insistiu.

A Ucrânia estava ligada a rede elétrica russa até ao início da invasão, tendo depois operado de forma autónoma até meados de março, altura em que foi ligada à rede europeia, o que deve ajudar o país a manter o funcionamento apesar da guerra.

“A partir de hoje, a Ucrânia pode exportar eletricidade para o mercado da UE”, indicou, na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter. “Isto trará uma fonte adicional de eletricidade para a UE. E uma receita muito necessária para a Ucrânia”, considerou.

https://twitter.com/vonderleyen/status/1542459370633584640

Aliança para a reconstrução da Ucrânia

O Comité Europeu das Regiões e as associações representativas das cidades e regiões europeias apresentaram na quinta-feira a Aliança Europeia das Cidades e Regiões para a Reconstrução da Ucrânia, visando recuperar habitações, escolas, infraestruturas e serviços destruídos pela Rússia.

A Aliança, lançada sete dias após os Estados-membros da UE concordarem em aceitar o pedido de adesão da Ucrânia, foi saudada pelo ministro das Comunidades e Desenvolvimento Territorial da Ucrânia, Oleksi Chernishov, como “base para a integração europeia” do seu país.

As estimativas dos danos sofridos pela Ucrânia, e fornecidas pelo ministro, ascendem atualmente a 186 mil milhões de euros. Cerca de 120 mil casas foram destruídas ou danificadas e 20 mil blocos de apartamentos foram afetados, um terço deles completamente destruídos, frisou o governante.

Cascais comprometeu-se a ajudar a reconstruir um infantário.

A Aliança foi criada em resposta a um apelo lançado em abril por Zelenskyy, com o apoio do Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Os planos serão finalizados a 4 e 5 de julho, quando o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, apresentará a estratégia de reconstrução do seu Governo na Conferência de Recuperação da Ucrânia, em Lugano, Suíça.

ZAP //

2 Comments

  1. Mais um ataque de alta precisão a um qualquer armazem de munições, como de costume. As 18 pessoas que morreram são na verdade bonecas insufláveis.
    A ilha da Serpente só dava trabalho, despesa e aborrecimentos (e nem tem um bar decente), por isso os Ruzzos abandonaram-na (até ver…).

  2. Continua o genocídio. Travaram o Hitler e ninguém consegue travar o Putin? O povo russo não faz nada? Porventura ainda pensarão que estáo a viver um momento de glória?

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