É preciso recuar ao ano de 2004 para encontrar uma altura em que esta albufeira tenha tido menos água do que agora, que corresponde apenas a 63,8% do seu nível de pleno armazenamento.
De acordo com o jornal Público, que cita o último boletim de armazenamento das albufeiras do Serviço Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), desde fevereiro de 2004 que a albufeira do Alqueva não tinha uma cota tão baixa no seu nível de armazenamento: 144,51 metros acima do nível do mar.
No passado mês de julho, o volume de água nesta albufeira era de 2646 hectómetros cúbicos (hm3), correspondentes a 63,8% do seu nível de pleno armazenamento, que é de 4150hm3.
Segundo o matutino, só houve um volume de água inferior a este em fevereiro de 2004, cerca de 2527hm3, o que corresponde a 60,9%. Desde então, o Alqueva teve um aumento constante na sua cota de armazenamento, tendo chegado a atingir o seu primeiro nível de pleno armazenamento em janeiro de 2010.
O diário explica que, entretanto, o panorama se alterou. A cultura do regadio, sobretudo do olival, mas também do amendoal, passou a ter uma expressão predominante. No último ano, estas duas culturas preencheram três quartos da área inscrita para rega.
Em declarações ao Público, Francisco Gomes da Silva, antigo secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural e presidente da Agroges, alertou para o facto de “estarmos perante um cenário de potencial ‘insuficiência’ de água para satisfazer a procura que irá ocorrer dentro de três a quatro anos”.
“Temos de apertar nos gastos e contar as gotas de água, pois existe a ilusão de que temos em mãos um recurso infinito, quando não é verdade”, disse também Pedro Salema, da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EIDA).