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PJ já interrogou 15 suspeitos envolvidos na morte de jovem cabo-verdiano

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Luís Giovani / Facebook

Luís Giovani

A PJ já identificou e interrogou cerca de 15 suspeitos envolvidos na morte do estudante cabo-verdiano, em Bragança. As autoridades mantêm todos os cenários em aberto, mas tudo aponta para um motivo fútil.

De acordo com o Jornal de Notícias, a Polícia Judiciária (PJ) já interrogou cerca de 15 suspeitos envolvidos na morte de Luís Giovani Rodrigues, o estudante cabo-verdiano de 21 anos que morreu depois de ter sido agredido à saída de uma discoteca em Bragança.

O matutino avança que as autoridades estão à espera da conclusão dos exames forenses complementares para esclarecer as circunstâncias da morte e avançar com a investigação. Recorde-se que a autópsia foi inconclusiva, ficando por se perceber se morreu pelas agressões que sofreu ou pela queda.

Agredido com cintos, paus e ferros, o estudante do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) esteve internado dez dias no Hospital de Santo António, no Porto, mas não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer na véspera de Ano Novo.

Segundo o jornal, embora a PJ tenha todos os cenários em aberto, nada aponta para um crime de ódio racial, mas para uma rixa entre o grupo de amigos de Luís Giovani e um outro grupo de indivíduos que também se encontrava no bar.

O segundo comandante dos bombeiros de Bragança, Carlos Martins, adiantou à agência Lusa que o caso chegou às autoridades como um possível alcoolizado caído na rua, sem menção a agressões ou ferimentos.

Só depois de chegar ao local e avaliar a vítima é que a equipa de emergência descobriu um ferimento na cabeça e “verificou que se tratava de um possível traumatismo craniano”.

Os bombeiros desconhecem quem fez a chamada e se o jovem cabo-verdiano estava sozinho quando foi encontrado caído, confirmando apenas que foi a única vítima que avaliaram e transportaram para o hospital.

“Foi um ato de vandalismo puro”

Em declarações ao semanário Expresso, Virgílio Afonso, proprietário do bar Lagoa Azul, conta que “já tinha visto o Giovani uma ou duas vezes” e que, naquela noite, estava com outros dois amigos.

“Os três estavam a agir normalmente como se age num bar. Estavam a divertir-se. Não estavam embriagados, estavam normais. Se estavam alcoolizados fingiam mesmo muito bem”, declarou.

O proprietário assegura que não aconteceu nada dentro do bar e que já entregou à polícia as imagens de videovigilância do interior do estabelecimento e também do exterior.

O jornal Público também falou com uma das pessoas que está por dentro do caso: Óscar Monteiro, figura tutelar da comunidade cabo-verdiana em Bragança. No dia seguinte à agressão, o cabo-verdiano foi contactado por um dos amigos de Giovani a pedir ajuda.

“Quem os agrediu, não ficou à porta do bar. Estavam numa escada, onde não havia muito por onde se movimentarem. Foi um ato de vandalismo puro“, afirma ao diário, acrescentando que os jovens “tentaram fugir da situação, mas não tiveram essa oportunidade porque a espera foi tão bem feita que os deixaram sem saída”.

Segundo o jornal, os relatos que lhe fizeram os outros jovens agredidos convencem Óscar Monteiro de que “não há motivos raciais” por detrás deste crime. “Não há, na nossa cidade, movimentos organizados com o objetivo de agredir alguém com motivações raciais. Não foi seguramente isso que aconteceu”.

Já houve problemas com estas pessoas e outros estudantes do IPB. Esta é uma cidade pequena e certamente as autoridades sabem quem são”, afirma o cabo-verdiano que vive em Bragança há cerca de 15 anos.

O Governo lamentou a “barbara agressão”, deixando garantias de que os responsáveis serão identificados e levados à justiça. Vários políticos insurgiram-se contra a falta de divulgação mediática do caso e fraca resposta para tentar apurar responsabilidades.

Uma dessas pessoas a fazê-lo foi o dirigente do SOS Racismo, Mamadou Ba. “Mesmo que não seja uma razão racial que esteja na origem do assassinato, independentemente das circunstâncias da sua morte, o silêncio sobre a morte do Luís é revelador do racismo que existe em Portugal”, afirmou ao Notícias ao Minuto.

“Imaginemos que tinha sido um jovem branco a ser espancado por 15 jovens negros e que essas agressões resultassem numa morte. Teríamos o país inteiro mobilizado, indignado, a exigir Justiça e o apuramento das responsabilidades”, acrescentou.

ZAP //

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7 Comments

    • Mas, não deixa de ter razão no que diz.

      Olha o que aconteceu com o caso do jovem morto em Campo Grande,
      mereceu melhor atenção e bem.

      Cumprimentos

      • Mereceu melhor atenção só se foi na resolução do caso do assassinato do Campo Grande porque em termos mediáticos não creio que haja manifs, musicas em homenagem ao rapaz do Campo Grande.
        Enfim, também começo a ficar sem paciência para essa Mamadu.

      • Mas 3 africanos mataram um branco durante esses dias , onde é que houve esse tal ajuntamento em busca de justiça?
        Eu só vi críticas no Facebook,aqui e ali…e onde estava o mamadeira Bu nesse caso?

    • O Mamadou Ba é um oportunista e demagogo! O jovem caboverdiano era tão negro quanto eu que sou branca. Este Mamadou Ba quer transformar um jovem mestiço num negro. Isso, será na terra dele! No Mundo lusíada um mestiço, é um mestiço. Não é um negro, por muito que custe a Mamadou Ba. Portugal é um país liderado por um mestiço. Isso diferencia o mundo lusíada do Mundo francófono de onde Mamadou Ba é originário! E Cabo Verde é presidido por um branco. Mundo lusíada, lusófono. Lamentar profundamente o assassinato em Bragança deste jovem estudante de Mirandela. Há que exigir a rápida prisão e condenação dos 15 – 20 assassinos. Prisão imediata dos assassinos.

  1. Sou natural da cidade de Bragança! Não se trata de ser preto ou branco é um autêntico caso de vandalismo e covardia……..um grupinho de covardes q sozinhos não uma pulga minúscula mas juntos são uma uma pulga gigante! Bragança é uma cidade acolhedora e justiça deve ser feita ……….!

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