Há mais de 13 mil pessoas foragidas à Justiça em Portugal

Os crimes em causa variam desde condução sem carta, burlas ou tráfico de droga. As pessoas em situação de contumácia ficam impedidas de renovar documentos ou receber subsídios do Estado.

A Justiça portuguesa tem atualmente 13 328 pessoas em situação de contumácia, ou seja, cidadãos que se encontram em parte incerta e são procurados pelo sistema judicial. No último ano, mais 1617 nomes foram adicionados a esta lista, que inclui arguidos e condenados ausentes das autoridades.

Os declarados contumazes perdem o acesso a serviços administrativos essenciais, como a obtenção de documentos de identificação, pedidos no Serviço Nacional de Saúde e benefícios estatais. Além disso, podem ter transações patrimoniais anuladas, como a compra de imóveis ou a tramitação de heranças.

A declaração de contumácia é decretada por um juiz quando um arguido não é localizado para ser notificado ou quando um condenado foge para evitar a execução da pena. Uma vez declarada, resulta na emissão de um mandado de detenção e em restrições documentais, como a impossibilidade de renovar o cartão de cidadão, passaporte ou carta de condução. A situação só é revertida quando o indivíduo se apresenta à Justiça ou é capturado, explica o JN.

Segundo dados da Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ), entre os 13 328 contumazes, há 6083 homens, 1077 mulheres e 5945 pessoas cujo sexo não foi comunicado ao Sistema de Informação de Identificação Criminal. Além disso, 213 empresas também figuram na lista. Os crimes mais comuns associados a estas situações incluem condução sem carta, furtos, falsificação de documentos, burla, condução sob efeito do álcool e tráfico de droga.

Nos últimos anos, houve uma diminuição no número de novas entradas na lista. Em 2024, foram adicionadas 1617 pessoas, comparadas com 1854 em 2023 e 2130 em 2022.

Lisboa, Porto, Évora, Coimbra e Sintra lideram em número de contumazes, com a maioria dos casos concentrados na faixa etária dos 25 aos 54 anos. O registo de contumazes pode ser consultado pelos próprios, por terceiros interessados em transações jurídicas e por autoridades judiciais e policiais.

ZAP //

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