Um estudo da Direção Geral e Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) indica que 66% dos alunos do 7.º ano do ensino básico que reprovaram no ano letivo de 2014/2015 tiveram seis ou mais negativas. A matemática é apontada como a disciplina mais problemática.
Os dados, citados esta sexta-feira no Público e disponíveis na página da DGEEC, indicam que 66% dos alunos que chumbam no 7.º ano de escolaridade têm seis ou mais negativas.
“Se somarmos a estes 66% os 19% de alunos com cinco negativas, concluímos que uma esmagadora maioria de 85% dos alunos fica retida no 7.º ano, o que mostra que existem pouquíssimas retenções ‘à tangente'”, pode ler-se no relatório.
Em 2014/2015 chumbaram 13,1% dos 300.429 alunos no 3.º ciclo em escolas públicas do continente, percentagem que sobe para 16,7% se se tiver apenas em conta o 7º ano, o primeiro dos três que compõe o 3.º ciclo.
Segundo o estudo, que analisa as notas internas que os alunos do ensino público de Portugal continental tiveram no ano letivo de 2014/2015, entre 95% e 97% dos alunos que reprovaram no 3.º ciclo tiveram negativas a Matemática.
Em relação a esta disciplina, a DGEEC assegura que apenas 32% dos alunos que ficaram retidos no 7.º ano conseguiram recuperar a negativa no ano seguinte.
Matemática ocupa assim o primeiro lugar na maior percentagem de negativas no 7.º ano, seguida de Português com 81% e da Físico-Química com 79%. Do outro lado da lista estão as disciplinas de Educação Física (14%), TIC (22%) e Educação Visual (27%).
No 8.º e 9.º anos o número de alunos que chumbaram com seis ou mais negativas descresce para 54% e 28%. Este decréscimo pode “ser explicado pelo progressivo reencaminhamento dos alunos com desempenhos mais baixos para outras modalidades de ensino, como as vocacionais”.
O relatório salienta que a forma transversal como o contexto económico influencia as classificações em todas as disciplinas é “impressionante”.
Entre os alunos sem apoio de ação social, 25% chumbaram a Matemática, ou seja, um em cada quatro. No entanto, se selecionarmos apenas os que recebem apoios de ação social escolar (ASE) do escalão mais alto, o rácio duplica: um em cada dois alunos não consegue ter aproveitamento a Matemática.
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