Sebastião Moreira / EPA
Inundações no Rio Grande do Sul
15% das instalações industriais na Europa podem estar em planícies aluviais. 11% dos hospitais estão também localizados em zonas de alto risco.
Rio Grande do Sul está em permanente estado de alerta há duas semanas. As tempestades não páram e prevê-se novamente chuvas fortes para esta quinta-feira.
Há quase 150 mortos confirmados, 127 desaparecidos, 500 mil desalojados, mais de 2 milhões de pessoas afectadas.
A situação é extrema mas não é só no Brasil que as inundações são uma possibilidade bem real.
Na Europa, uma em cada oito pessoas vive numa zona com risco de inundações.
Como a Europa tem quase 750 milhões de habitantes, isso significa que praticamente 94 milhões de europeus correm esse risco.
O aviso surge no relatório publicado nesta quarta-feira pela Agência Europeia do Ambiente sobre o impacto das alterações climáticas em todo o ciclo da água, que inclui também a seca e os incêndios florestais.
Tempestades violentas, como a que se verifica no Brasil, já mataram mais de 5.500 pessoas ao longo dos últimos 40 anos – e o risco não abranda.
“Cerca de 15% das instalações industriais na Europa podem estar localizadas em planícies aluviais”, disse Aleksandra Kazmierczak, especialista em clima e saúde da Agência Europeia do Ambiente, citada no canal Euronews.
O relatório deixa outro alerta: 11% dos hospitais também estão em zonas de alto risco.
A seca e as ondas de calor também ameaçam a qualidade da água, aumentando a concentração de poluentes. Aumentam o problema de acesso à água os sistemas de refrigeração das centrais nucleares e da agricultura são afectados.
A responsável Aleksandra Kazmierczak deixa o exemplo da quebra na produção de milho e de azeite em 2022, sobretudo no sul da Europa. A seca origina perdas de 9 mil milhões de euros por ano.
A Agência Europeia do Ambiente apela a limites no desenvolvimento nas zonas de risco; espera que haja mais soluções inspiradas na natureza – plantação de árvores ou zonas com vegetação para reter as águas pluviais, ou reutilização das águas tratadas.
E também deixa uma reflexão central: aumentar a eficácia de sistemas de alerta precoce.
