A organização humanitária Oxfam defendeu, domingo, um aumento dos impostos sobre multimilionários para combater a desigualdade, pobreza e alterações climáticas, denunciando num relatório que o empresário norte-americano Elon Musk tem menos carga fiscal do que um comerciante no Uganda.
Lançado para coincidir com o primeiro dia do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, o relatório intitulado “Sobrevivência dos mais ricos” revela que 63% de toda a nova riqueza criada desde 2020, no valor de 42 triliões de dólares (39 biliões de euros), beneficiou apenas 1% da população mundial. O montante representa quase o dobro do dinheiro ganho pela restante população mundial (99%).
Segundo o estudo, os multimilionários aumentam a respetiva riqueza em 2700 milhões de dólares (2500 milhões de euros) por dia, numa altura em que o mundo está a ser afetado por uma crise do aumento do custo de vida, em que a inflação cresce mais do que os salários.
O relatório da Oxfam dá o exemplo de Elon Musk, o magnata norte-americano (de origem sul-africana) do setor da tecnologia e fundador da fabricante de automóveis elétricos Tesla, um dos homens mais ricos do mundo, o qual diz ter pago uma “verdadeira taxa de imposto” de cerca de 3% entre 2014 e 2018.
Pelo contrário, segundo a organização não-governamental (ONG), Aber Christine, vendedor de farinha no Uganda, ganha 80 dólares (74 euros) por mês e paga uma taxa de imposto de 40%.
No documento conhecido no domingo, a Oxfam exorta os governos mundiais a introduzir impostos extraordinários de solidariedade sobre os multimilionários para combater a “explosão de desigualdade” registada nos últimos anos.
A organização sugere aumentar permanentemente os impostos sobre os mais ricos para pelo menos 60% dos rendimentos de trabalho e capital, com taxas mais elevadas para os magnatas.
Em particular, a Oxfam defende aumentos de impostos sobre as mais-valias, sucessório, contribuições prediais e fundiárias e taxas sobre o património líquido.
Uma análise da Fight Inequality Alliance, Institute for Policy Studies, Oxfam e the Patriotic Millionaires concluiu que um imposto anual sobre a riqueza de até 5% sobre bilionários e multimilionários em todo o mundo poderia angariar 1,7 biliões de dólares (1,57 mil milhões de euros) por ano.
A receita, segundo estimaram as entidades, seria suficiente para tirar dois mil milhões de pessoas da pobreza, cobrir os valores em falta dos atuais apelos humanitários, cumprir um plano de 10 anos para acabar com a fome, apoiar os países mais pobres afetados pelas alterações climáticas e garantir cuidados de saúde universais e proteção social a todas as pessoas que vivem em países de baixo rendimento e rendimento médio baixo.
“Tributar os super-ricos e as grandes empresas é a saída para as atuais crises simultâneas”, argumentou a diretora-executiva da Oxfam International, Gabriela Bucher, que rejeita o “mito conveniente de que os cortes nos impostos para os mais ricos permitem que a sua riqueza de alguma forma beneficie economicamente os outros”.
O Fórum Económico Mundial de Davos, que reúne anualmente figuras do meio empresarial, da política e da diplomacia, arranca hoje sob o tema “Cooperação em um mundo fragmentado” e decorre até sexta-feira.
Foi esse um dos objectivos do Covid.
Serviu para satisfazer os grandes interesses instalados através de uma pandemia do medo.
Quando numa dita pandemia se dão como mortos por Covid pessoas que morrem de outras doenças só não vê que está a ser enganado quem não quer.
Os efeitos perversos do Liberalismo…
Quem acredita não ser gado para os ricos comerem, ou está a enganar-se a si próprio, ou é um deles. Dividir para conquistar, é a arma que usam desde sempre.