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Um jovem planeta próximo está a ser aniquilado pela sua estrela-mãe

A. Passwaters / Rice University

Conceito artístico do PTFO8–8695 b

Conceito artístico do PTFO8–8695 b

Uma equipa de astrónomos anunciou a descoberta de um novo planeta, que pode ser um dos mais jovens da nossa galáxia – e que está em risco de ser destruído pela estrela que orbita.

Designado como PTFO8–8695 b, o planeta agora descoberto tem uma característica que o torna único: orbita uma estrela em Orion, a apenas 1.100 anos luz da Terra, mas tão próximo dela que está em risco.

A descoberta foi anunciada num estudo aceite no Astrophysical Journal e pré-publicado online.

Com uma órbita que leva apenas 11 horas a complar, este “Júpiter quente”, termo aplicado a planetas quentes com grandes massas e curtos períodos orbitais, parece estar preso numa espiral de morte.

Os astrónomos acham que o PTFO8–8695 b está já, lentamente, a perder as suas camadas externas, que estão a ser arrancadas pela gravidade da estrela.

“Poucos planetas conhecidos têm órbitas tão curtas como esta”, diz à Science Alert o astrónomo Christopher Johns-Krull, investigador da Rice University, nos EUA.

“Mas como esta estrela tem apenas 2 milhões de anos, este exemplo é um dos mais extremos que conhecemos”, diz Johns-Krull.

O estado do planeta ainda precisa de ser confirmado cientificamente, mas a juventude do PTFO8–8695 b, bem como as características da sua infeliz órbita, sugerem que é um planeta especial.

“Os dados que temos sugerem que este é um dos planetas mais jovens que já observamos”, diz o astrónomo.

A lista de planetas conhecidos está a aumentar a uma velocidade alucinante.

Recentemente, cientistas da NASA publicaram uma lista com 1.284 planetas identificados, a acrescentar aos 3.432 já conhecidos.

A maior parte destes exoplanetas orbita estrelas já na “meia idade”, como o nosso Sol, que já tem 4,5 mil milhões de anos.

Mas, segundo Johns-Krull, não há muitas estrelas jovens conhecidas que possam ser observadas em telescópios.

As estrelas jovens são relativamente activas, com fortes campos magnéticos e produção frequente de explosões visuais, sendo é mais complicado para os astrónomos medirem com rigor se têm planetas na sua órbita.

E isso torna o jovem PTFO8–8695 b uma raridade – cujo destino, provavelmente infeliz, ninguém consegue saber ao certo.

“Não sabemos o que lhe vai acontecer – nem quão rapidamente vai perder a sua massa, ou sequer se conseguirá sobreviver”, concluiu o investigador.

E nem cá estaremos para o descobrir.

ZAP / CanalTech

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