Cerca de 300 pessoas fecharam, esta quinta-feira, a Avenida Paulista, a principal da região central de São Paulo, num protesto para exigir a libertação de dois jovens detidos durante uma manifestação na passada segunda-feira.
Rafael Marques Lusvarghi, 29 anos, e Fabio Hideki Harano, 26 anos, detidos na segunda-feira durante uma manifestação, foram colocados em prisão preventiva pela suspeita de integrarem o Black Bloc, movimento acusado de ser responsável por causar danos ao património público e privado durante manifestações em São Paulo.
Os protestos de quinta-feira começaram praticamente à mesma hora do início do jogo entre as seleções da Bélgica e da Coreia do Sul às 17h locais (21h em Lisboa), disputado no estádio Arena Corinthians, da capital paulista.
Os manifestantes concentraram-se junto ao Museu de Arte de São Paulo, encerrando um dos sentidos daquela artéria da cidade, enquanto os efetivos da polícia militar, em cavalos e em viaturas blindadas, se instalaram do outro lado da avenida.
Ao início da tarde de quinta-feira, um grupo de professores da Universidade de São Paulo já tinha protagonizado um protesto em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo regional, para reivindicar, entre outros, a libertação dos jovens detidos.
De acordo com um barómetro de protestos do jornal Folha de São Paulo, que compila informações de organizações não-governamentais e das autoridades, o número de manifestações no Brasil caiu 39% depois do arranque do Mundial 2014. Contudo, em cidades como São Paulo diversos movimentos continuam a convocar manifestações, embora estas se tenham revelado menos participadas.
No centro de São Paulo, por outro lado, há famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto que continuam acampadas nas proximidades do edifício da Câmara Municipal, com o objetivo de pressionar a aprovação do Plano Diretor, que define o crescimento da cidade para os próximos anos, incluindo a construção de complexos de habitação social.
O Brasil tem sido palco nos últimos meses de vários protestos, convocados pelos mais diversos motivos, embora a maioria tenha saído para as ruas para contestar os gastos do Brasil com a organização do Mundial, considerado excessivo por vários grupos, os quais defendem que esses fundos deveriam ser aplicados em áreas fulcrais como Saúde e Educação.
/Lusa
Mundial 2014
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