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Despedido autor de blogue chinês que se encontrou com John Kerry

americanprogressaction / Flickr

O secretário de Estado americano, John Kerry

O secretário de Estado americano, John Kerry

O autor de um blogue chinês que apelou ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para impulsionar a liberdade na Internet na China foi despedido.

Zhang Jialong foi um dos quatro autores de blogues que se encontraram com John Kerry, em fevereiro, tendo exortado os Estados Unidos a ajudar a “derrubar a ‘grande muralha’ da Internet“.

A empresa para a qual trabalha – a Tencent – despediu-o na sexta-feira por “divulgar segredos comerciais e outras informações confidenciais e sensíveis”, disse hoje o próprio à agência AFP, para quem o despedimento figura como uma represália pelo seu encontro com o chefe da diplomacia norte-americana.

Zhang Jialong disse que responsáveis da Tencent – uma das empresas de serviços de Internet mais conhecidas do país – lhe indicaram que o despedimento foi motivado pelo encontro e por ter publicado ‘online’ ordens de censura emitidas pelo Governo chinês.

Entre as diretivas publicadas por Zhang Jialong estava uma instrução para portais na Internet para que apagassem o vídeo de um cantor de Taiwan por mostrar, por breves momentos, “um homem numa ambulância envergando um lenço com a mensagem ‘Libertem o Tibete'”.

“A Tencent disse-me que tomaram essa decisão depois de consultas com o governo, pelo que se trata de uma decisão política, apontou, acrescentando que “a situação da liberdade na Internet na China está cada vez pior”.

A China tem mais de 600 milhões de internautas, a maior população ‘online’ do mundo.

A crescente popularidade dos microblogues nos últimos anos desencadeou uma campanha apoiada pelo Governo para um maior controlo sobre os ‘media’ sociais.

O Supremo Tribunal da China decretou, no ano passado, que os utilizadores arriscam uma pena de três anos de prisão se informações “caluniosas” divulgadas ‘online’ forem vistas mais de 5.000 vezes e encaminhadas mais de 500.

Centenas de pessoas têm sido detidas ao abrigo das novas regras, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos.

/Lusa

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