Mark Zuckerberg vai assumir culpas do Facebook no escândalo dos dados

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Mark Zuckerberg, fundador do Facebook

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, vai pedir desculpa durante uma audiência no Congresso dos EUA, pelo escândalo dos dados de 87 milhões de utilizadores da rede social que foram usados pela consultora Cambridge Analytica para eleger Donald Trump, nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.

Segundo o depoimento preparado por Zuckerberg, que foi antecipado com a divulgação à imprensa norte-americana, o director do Facebook assumirá a responsabilidade pelos erros e pedirá desculpas.

Zuckerberg vai prestar declarações em três comités do Congresso norte-americano – dois do Senado e um da Câmara de Representantes – para responder às perguntas dos congressistas sobre o escândalo de dados para a Cambridge Analytica e outros assuntos.

No Comité de Energia e Comércio da Câmara de Representantes, Zuckerberg assumirá a responsabilidade pela fuga de dados, pelas notícias falsas divulgadas nas redes sociais e pela interferência da Rússia nas eleições de vários países.

“Está claro agora que não fizemos o suficiente para prevenir que essas ferramentas fossem usadas para causar prejuízo. Isso engloba notícias falsas, interferência estrangeiras em eleições, discurso de ódio e privacidade de dados”, dirá Zuckerberg na audiência.

“Não tivemos uma visão suficientemente ampla de qual era a nossa responsabilidade e isso foi um grande erro. Foi meu erro e peço desculpas. Comecei o Facebook, administro-o e sou responsável pelo que ocorre por lá”, afirmará o executivo-chefe da empresa.

Além disso, Zuckerberg reconhecerá que a companhia reagiu de maneira lenta à interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016, algo negado pelo Kremlin e investigado nos EUA, pelo promotor especial Robert Mueller.

O depoimento cita a empresa Internet Research Agency, com sede em São Petersburgo, acusada por Mueller de colher dados de cidadãos americanos.

Pela primeira vez, Zuckerberg revelará que essa empresa russa “actuou repetidamente de maneira enganosa”, tentando manipular cidadãos da Europa, EUA e Rússia. Para o executivo-chefe do Facebook, a empresa atingiu 126 milhões de pessoas com uma única página na rede. No Instagram, foram 20 milhões.

Zuckerberg também falará no depoimento de algumas das eleições de 2018, como as de Brasil e México, e afirmará que o Facebook está a trabalhar para evitar novos incidentes.

ZAP // EFE

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