Uma restrição geográfica muda o panorama dos seus funcionários – que preferiam continuar a trabalhar em casa.
Quando o teletrabalho começou a ser regra para milhões de trabalhadores, a partir de 2020, o Zoom passou a ser uma ferramenta utilizada em milhões de casas.
A COVID-19 trouxe o teletrabalho generalizado e trouxe protagonismo à plataforma de vídeo-chamadas. Tinha 10 milhões de utilizadores e, um mês depois (Abril de 2020), já tinha 200 milhões.
Quem quer utilizar o Zoom sem pagar só pode estar à conversa durante 40 minutos em cada chamada.
Mesmo assim, esta plataforma tornou-se muito utilizada (e útil) neste novo cenário laboral, de trabalho à distância. Ainda é líder no sector, sendo a preferida para reuniões.
O Zoom facilitou o teletrabalho. Agora, é a própria Zoom – a empresa – que impede o teletrabalho, pelo menos a tempo inteiro.
Um porta-voz explicou ao Business Insider que o regime híbrido é “o mais eficaz”. É melhor para “interacção” com os colegas de trabalho.
Por isso, os seus trabalhadores têm de ir ao escritório, no mínimo, duas vezes por semana.
Esta medida aplica-se a quem mora a menos de 80 quilómetros das sedes (Denver e San José, EUA).
Mas, sublinha o portal Inc, não se sabe quantos trabalhadores morem nesses raios geográficos – e há mais de 8 mil trabalhadores na Zoom.
Efeito dominó?
Esta decisão vai contra a vontade dos funcionários. No ano passado, a empresa indicou que só 2% dos seus trabalhadores iam para o escritório todos os dias.
O responsável Kelly Steckelberg disse, nessa altura, que os funcionários “genuinamente querem poder escolher; e escolhem continuar a trabalhar em casa”.
O Inc avisa que esta decisão mexe com o teletrabalho e pode levar a que outras empresas “obriguem” os seus trabalhadores a deslocarem-se ao escritório, mesmo quando isso deixara de ser rotina.
Há uma tendência generalizada, que já se reforça desde 2022, de os patrões quererem os trabalhadores de volta à empresa. E o mercado imobiliário também está atento: escritórios vazios dão prejuízo.