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Zero resíduos em zona com muitos turistas: projeto inovador no Algarve

(dr) Salema Eco Camp

Salema Eco Camp

Salema Eco Camp quer mostrar que há outros caminhos além da atual gestão de resíduos numa região com muita pressão turística.

Quando se fala em Algarve, fala-se em turismo. Quando se fala em Algarve, raramente se fala do ambiente.

Um dos problemas que uma zona de maior pressão turística traz é a gestão de resíduos – que muitos especialistas consideram ineficaz.

O parque de campismo Salema Eco Camp (em Budens, Vila do Bispo) quer chegar ao estatuto Zero Wastezero desperdício.

O plano faseado (e ambicioso) quer mostrar que há alternativas ao método habitual, quer melhorar a separação na origem dos resíduos recicláveis.

Num primeiro momento, a prioridade foi caraterizar os resíduos indiferenciados, dividindo e pesando cada categoria.

Os responsáveis deste espaço, que apostam na conservação da Natureza, concluíram que os resíduos indiferenciados são inferiores aos valores recolhidos pelos municípios, mas mesmo assim fica bem longe das metas europeias de reciclagem e reutilização (55% para o próximo ano).

Na segunda fase, houve uma extensa campanha de pesagem e caraterização das frações recolhidas, permitindo estimar uma média de 500 quilos produzidos por dia.

A fração com maior peso são os biorresíduos (mais de 40%) – um resultado das preparações e sobras das refeições dos clientes nos vários tipos de estadia em alojamento, glamping, caravanismo ou campismo; e ainda muitos biorresíduos produzidos na cozinha do restaurante.

O parque de campismo quer evitar que os biorresíduos acabem num aterro. Por isso, aposta na valorização local e na matéria orgânica: há dois meses foram instaladas várias unidades de compostagem para gerar composto e utilizar no próprio parque nas ações de plantação e regeneração, devolvendo assim os nutrientes à terra; absorvem a totalidade dos restos alimentares da cozinha mas ainda vainchegar às zonas de alojamento, onde os clientes poderão separar os resíduos.

Aliás, sensibilizar os clientes sobre as questões ambientais (além da formação da própria equipa) é essencial: há diversos contentores, loja de produtos biológico, ou ponto de partilha de livros, brinquedos, roupa, entre outros.

Este espaço situado no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina também passou a aplicar uma metodologia de cálculo da pegada carbónica dos alimentos presentes nas refeições da ementa. Assim, o cliente tem noção do impacto ambiental do que vai comer.

O projeto tem apoio da associação ZERO.

ZAP //

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