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Washington dá o pontapé de saída e inicia guerra comercial com a China

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booknews / Flickr

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

As novas taxas alfandegárias sobre produtos chineses entram hoje em vigor. Donald Trump está preparado para uma guerra comercial com Pequim.

Esta sexta-feira, entraram em vigor as taxas alfandegárias adicionais de 25% sobre importações chinesas, num valor de cerca de 34 mil milhões de dólares, cerca de 29 mil milhões de euros.

A China prometeu punir os Estados Unidos no mesmo valor, mas prometeu também “não fazer o primeiro disparo”. “Mas para defender os interesses fundamentais do país e da sua população, é forçada a contra-atacar“, diz, em comunicado, o Ministério do Comércio chinês, que promete defender o livre comércio e o sistema multilateral.

Os EUA “deram início à maior guerra comercial da história económica”, refere o Governo chinês, citado pelo Público. A resposta que se espera da China adivinha-se igualmente tremenda.

Caso a China não ceda às exigências de Donald Trump e decida retaliar, o Presidente dos Estados Unidos prometeu punir ainda mais os produtos chineses, até um total de 550 mil milhões de dólares, um valor superior ao valor total das exportações chinesas para o país em 2017, adianta o Diário de Notícias.

É verdade que Trump iniciou conflitos comerciais com vários países, mas nunca escondeu a sua vontade de travar uma batalha comercial com o país asiático.

O líder norte-americano aponta o dedo aos chineses devido às práticas comerciais injustas que praticam, de aplicarem (igualmente) taxas sobre os produtos norte-americanos e fala também no desrespeito total de Pequim em relação à propriedade intelectual das empresas norte-americanas.

De acordo com o jornal Público, Trump diz que a China está a aproveitar-se da tecnologia norte-americana para vender mais facilmente os seus produtos nos Estados Unidos e, assim, desequilibrar a balança comercial.

A China está a desenvolver um plano – “Made in China 2025” – para se transformar numa potência tecnológica, com capacidades nos setores de energia renovável, inteligência artificial, robótica e carros elétricos. Algo que Donald Trump teme.

Mas, além das taxas desta sexta-feira, Trump garantiu que serão aplicadas mais taxas adicionais nas próximas duas semanas, sobre mais 16 mil milhões de dólares (13,7 milhões de euros) de exportações chinesas. Além disso, espera-se ainda a entrada em vigor de restrições ao investimento e à emissão de vistos para cidadãos chineses.

Pequim deverá retaliar, pelo que os próximos meses se avizinham difíceis em termos comerciais para as empresas e consumidores das duas maiores economias do mundo.

Pequim retalia imediatamente

Pequim anunciou, esta sexta-feira, que adotou “imediatamente” medidas de retaliação contra importações oriundas dos Estados Unidos, após a entrada em vigor das taxas alfandegárias sobre um total de 34.000 milhões de dólares de bens importados da China.

O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang anunciou a imposição de medidas numa conferência de imprensa, em Pequim, mas sem detalhar quais serão os produtos ou valores envolvidos.

Em abril, Pequim anunciou que retaliaria as medidas de Washington ao punir as exportações dos EUA no mesmo valor, suscitando receios de uma guerra comercial.

As medidas chinesas devem atingir sobretudo produtos agrícolas, nomeadamente a soja, que compõe 10% do conjunto das exportações norte-americanas para o país asiático e é um setor vital para a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump.

O país asiático deve importar 97 milhões de toneladas de soja este ano, segundo previsões do setor, mas cancelou já contratos de encomenda de centenas de milhares de toneladas de soja norte-americana, face às disputas comerciais com Washington.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Trump fez muito bem, pena é ir já tarde. Os EUA e os seus aliados andaram a alimentar o monstro, agora têm um problema pela frente!

    • Todos estes anos com os EUAm e a Europa a reboquem a exigir aos países em desenvolvimento o fim do proteccionismo dos seus mercados porque era desleal e assado e cozido… Quando os outros nos começam a enfrentar vai de erguer taxas alfandegárias e evocar o proteccionismo em causa própria.
      A livre competição é muito bonita, mas parece ser só quando nos interessa!!!

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