Voos de Moçambique. Depois das queixas de testes a 80 e 135€, INEM vai apoiar testagem no aeroporto de Lisboa

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No sábado, com a chegada de um voo de repatriamento de Moçambique, foram testados mais de 280 passageiros, o que gerou grande confusão no aeroporto de Lisboa.

A secretária de Estado das Comunidades anunciou, este domingo, que o INEM vai estar esta segunda-feira, no aeroporto de Lisboa, à chegada do próximo voo de Moçambique, para fazer os testes à covid-19 e evitar a confusão verificada no sábado.

“Lamentamos alguma desorganização que, de facto, se verificou ontem [no sábado], estamos a trabalhar para que, em futuros voos – que já estão programados – não volte a acontecer”, afirmou Berta Nunes, em declarações à Lusa, acrescentando que o INEM irá reforçar a testagem à chegada dos aviões.

No sábado, a chegada a Lisboa de 282 portugueses a partir de Moçambique provocou um caos no aeroporto, já que os passageiros tiveram de fazer e pagar testes à covid-19, apesar de já os terem feito quando partiram de Moçambique.

Alguns passageiros contaram à RTP que, mesmo com vacinação completa, foi-lhes exigido um teste PCR para embarcar, sendo-lhes cobrado entre 80 e 135 euros.

Na chegada a Lisboa, os viajantes foram confrontados com a necessidade de fazer outro teste.

Segundo explicou à Lusa a secretária de Estado das Comunidades, esta exigência de testagem à partida e à chegada está prevista num despacho assinado pelo Governo em 27 de novembro, e que abrange sete países da África Austral — o primeiro alerta de deteção da variante Ómicron da covid-19 foi feito por cientistas da África do Sul -, dos quais só Moçambique tem voos diretos para Portugal.

“As pessoas podem ter feito este teste numa altura em que estavam infetadas mas ainda não estavam a dar [resultado] positivo”, alegou Berta Nunes, indicando que a repetição dos testes “é uma segurança adicional”.

A secretária de Estado sublinhou ainda que foram encontrados casos positivos para covid-19 no voo que partiu de Moçambique e chegou no sábado a Lisboa, embora ainda tenham de ser feitos mais testes para saber se algum deles é da variante Ómicron.

Isto “mostra a importância de fazermos esta testagem por causa da incerteza da variante Ómicron e da necessidade de sinalizarmos e sequenciarmos a existência dessa variante nas pessoas que derem positivo”, considerou.

A responsável adiantou ainda que o objetivo é “tentar atrasar o máximo possível a entrada da variante até termos mais informação que se considere ser útil para tomarmos medidas, caso se justifiquem”.

Relativamente aos diferentes testes exigidos e aos diferentes valores que os viajantes foram obrigados a pagar, Berta Nunes admitiu que “será preciso clarificar” o que aconteceu.

“O despacho diz claramente que as pessoas, ao chegarem a Lisboa, no aeroporto, serão encaminhados para fazer o teste. Poderá ser o teste PCR ou o teste rápido antigénio. O teste rápido antigénio custa 25 euros, o teste PCR custa 85 euros e estes são os valores. Se há outros valores a serem pedidos teremos que verificar o que se passa”, afirmou.

Para evitar as diferenças, o Governo decidiu que os próximos voos com origem em Moçambique terão, à chegada, a presença do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), instituição com que foi acordado que “o teste a fazer, preferencialmente, será o teste rápido antigénio”.

Segundo a secretária de Estado, só no caso de este teste ser positivo ou inconclusivo é que se fará o teste PCR.

“Porque o teste PCR é o único que permite a sequenciação genómica e, se tivermos um teste positivo, temos mesmo de fazer o PCR”, explicou.

Os próximos voos de Moçambique para Lisboa estão previstos para esta segunda-feira, dias 9 e 11, sendo que a organização da testagem — que “não foi a melhor” — está a ser ponderada, em conjunto com outras áreas do Governo e com a ANA Aeroportos, para que passe a correr melhor, concluiu.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. É curioso que se fale nisto agora por causa das pessoas vindas de Moçambique, quando aos emigrantes em França já anteriormente era exigido um teste feito no aeroporto pelo qual pagavam 100 euros não reembolsáveis (em França também o faziam, mas tinham direito a um reembolso).

  2. Enquanto o negócio correr bem, a covid-19 será sempre bem vinda. Não se esqueçam que enquanto uns têm de pagar, alguém está a receber, e muito ….

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