A empresa israelita MeaTech 3D quer massificar a produção de carne de laboratório e tornar os preços competitivos.
Parece um bife normal, mas não é. A empresa israelita MeaTech 3D mostrou o maior bife até agora produzido com carne feita em laboratório, tendo cerca de 110 gramas.
O bife é feito de músculo verdadeiro e de células de gordura derivadas de amostras de tecidos de uma vaca. As células estaminais de bovinos vivos foram incorporadas em “bio-inks” que foram colocados na impressora 3D da empresa para produzirem o bife, que foi depois maturado numa incubadora, onde as células estaminais foram diferenciadas em células de gordura e de músculo, escreve o The Guardian.
Empresas por todos os cantos do mundo estão na corrida para produzirem carne com células criadas em laboratório devido ao impacto ambiental da criação de gado para a alimentação e às preocupações com os direitos dos animais.
“Este avanço é a culminação de mais de um ano de esforços na biologia celular e de processos de alto rendimento na engenharia de tecidos, assim como a nossa tecnologia precisa de bioimpressão. Acreditamos que nos colocamos na frente da corrida do desenvolvimento de produtos de qualidade de carne baseada em células”, refere Sharon Fima, CEO da MeaTech.
O objectivo é que a empresa comece a produzir carne em laboratório ao mesmo preço da carne normal – mas ainda há um longo caminho até lá. Por enquanto, a primeira aventura no mercado vai ser com a venda de gordura feita em laboratório como um ingrediente para outros produtos, que vai arrancar em 2022.
O primeiro bife de laboratório foi criado em Dezembro de 2018 por outra empresa israelita, a Aleph Farms, com a empresa a dizer na altura que o sabor ainda não estava a 100%.
Devido às autorizações exigidas antes de se vender ao público, a primeira vez que carne de laboratório foi servida a clientes foi no fim de 2020, quando a Eat Just deu nuggets de frango a clientes em Singapura.
Outras empresas que estão a apostar neste mercado incluem a Mosa Meats, a Memphis Meats ou a Meatable.
Em Portugal, cientistas da Universidade de Lisboa também anunciaram um plano para criar filetes de robalo com células impressas em 3D.