Um vírus do qual nunca ouviu falar tem quase 100% de mortalidade e está a arrasar ecossistemas

The Pirbright Institute

O Vírus da Peste Suína Africana (ASFV) é o único da família Asfarviridae, género Asfivirus

O vírus da Peste Suína Africana está a arrasar as populações de porcos selvagens e a pôr em causa a sustentabilidade dos ecossistemas.

A propagação desenfreada da Peste Suína Africana (PSA) está a causar estragos em Borneo, marcando uma grave crise que ameaça não apenas a fauna local e os ecossistemas, mas também o tecido socioeconómico das comunidades dependentes de porcos para os seus meios de subsistência e práticas culturais.

A PSA, com uma taxa de mortalidade próxima de 100% entre os porcos afetados, está a diminuir rapidamente as populações de porcos a nível global, afetando principalmente a Ásia, a Europa e a África.

Esta doença viral, possivelmente a mais catastrófica e ainda sub-reconhecida, é causada pelo Vírus da Peste Suína Africana (ASFV), o único da família Asfarviridae, género Asfivirus, e apresenta ameaças iminentes à segurança alimentar e à biodiversidade.

No Bornéu, o impacto da PSA é particularmente alarmante, com quedas na população de porcos barbados — outrora a espécie de grande mamífero mais populosa da ilha — de até 100%, potencialmente tornando-os em perigo de extinção.

Os porcos barbados são integrais para o ecossistema de Bornéu, atuando como principais predadores de sementes e desempenhando um papel crucial nos processos ecológicos. A sua diminuição não só perturba esses processos, mas também afeta as comunidades locais, para quem os porcos barbados são uma fonte primária de alimento e de significado cultural, escreve o SciTech Daily.

A situação levou especialistas a pedir atenção urgente e medidas para abordar este desastre socioecológico. Apesar dos ensaios clínicos em curso mostrarem promessa para uma vacina contra a PSA, continuam a existir desafios, particularmente na vacinação de populações de porcos selvagens, uma tarefa considerada logisticamente complexa e dispendiosa.

A crise destaca a necessidade de uma reavaliação global das prioridades, reconhecendo a importância das doenças tropicais e o seu impacto em populações com baixos rendimentos e comunidades indígenas.

O apelo à ação sublinha a importância de envolver comunidades rurais em esforços de pesquisa e intervenção, visando prevenir a propagação da PSA a outras regiões onde os porcos são um aspeto fundamental da vida e estrutura social.

ZAP //

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