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Na África do Sul, há uma associação entre violência sexual e gravidez indesejada

United Nations / Flickr

Na África do Sul, as meninas que sofreram violência sexual têm maior probabilidade de relatar uma gravidez indesejada em comparação com aquelas que nunca sofreram violência sexual.

Na África do Sul, a taxa de gravidez na adolescência é alta e a violência sexual é generalizada no país. No entanto, foram realizadas muito poucas pesquisas para explorar a ligação entre a gravidez indesejada precoce e a violência sexual.

Segundo o The Conversation, o investigador Anthony Idowu Ajayi, do African Population and Health Research Center, decidiu debruçar-se sobre este tema, conduzindo um estudo com adolescentes e mulheres jovens em universidades sul-africanas.

O estudo, publicado recentemente no BMC Public Health, revela que cerca de duas em cada cinco meninas adolescentes e jovens adultas tiveram uma gravidez indesejada, sendo que um quarto dessas gestações terminou em aborto.

Além disso, duas em cada cinco meninas sofreram violência sexual em algum momento da sua vida e dois terços dos perpetradores tinham algum tipo de relacionamento com as vítimas. Namorados e amigos eram os mais propensos a serem os violadores.

Mais de metade (54,4%) das participantes que sofreram violência sexual relataram gravidez indesejada – sendo que a gravidez não foi necessariamente decorrente do incidente de violência sexual. Entre as que nunca sofreram abuso sexual, 34,3% tiveram uma gravidez indesejada.

Estudos anteriores concluíram que a violência sexual não dá liberdade nem abertura para que a vítima se sinta à vontade para negociar o uso do preservativo. Além disso, a acessibilidade à anticoncepção de emergência, assim como o estigma e a exclusão social, resultam na impossibilidade de muitas vítimas de violência sexual receberem atendimento.

O investigador salienta que as consequências da violência sexual e da gravidez indesejada precoce são de longo alcance e para a vida toda.

Além de considerar fundamental educar os jovens para a educação e direitos sexuais, Anthony Idowu Ajayi sublinha que os pais, as escolas e até a igreja devem também assumir um papel fulcral neste tipo de intervenção educacional.

ZAP //

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