Mulher diz ter sido violada por funcionário da ONU. Investigadores questionam a quantidade de álcool que ingeriu

JSM / APAV

Uma funcionária de uma Organização Não-Governamental (ONG) disse ter sido violada por um especialista em comunicações do Programa de Desenvolvimento da ONU (PNUD), após uma festa num hotel em Bagdade, no Iraque, em 2016.

Segundo um artigo do The Cut, a mulher afirma ter sido drogada e violada. Uma investigação interna da ONU revelou que, após relatar o incidente, esta foi questionada pelo investigadores sobre a quantidade de álcool que ingeriu na festa, com que regularidade bebia e se já havia praticado sexo anal no passado.

Esta é uma das 43 funcionárias da ONU que contaram ao The Cut terem sofrido assédio sexual durante o período que trabalharam na organização. Apesar de algumas mudanças nas políticas nos últimos anos para combater o problema, os funcionários afirmam que o ambiente de trabalho não mudou dentro da organização.

Muitas das vítimas disseram ao The Cut que não relataram à ONU as situações de má conduta sexual que vivenciaram porque não confiavam no sistema.

“Não podemos comentar o caso, pois o processo está agora nos tribunais dos Estados Unidos e somos obrigados e comprometidos a proteger tanto a confidencialidade da vítima quanto o processo judicial em andamento”, respondeu ao Insider um porta-voz do PNUD.

“No entanto, todos os nossos investigadores são altamente treinados para garantir que as entrevistas, especialmente as relacionadas a incidentes de má conduta sexual, sejam conduzidas com a maior sensibilidade e com o maior respeito pela vítima/sobrevivente. As perguntas só são feitas se estiverem diretamente relacionadas ao incidente que está a ser investigado e para apurar os fatos relativos a esse incidente específico”, continuou.

Na sua página oficial, o PNUD refere que todas as formas de assédio e exploração sexual são “inaceitáveis ​​e proibidas” e “uma traição aos valores fundamentais das Nações Unidas”.

“É nossa prioridade coletiva prevenir tais comportamentos e apoiar as pessoas afetadas. Também estamos comprometidos em garantir que todas as alegações de assédio sexual e [exploração e abuso sexual] sejam respondidas de forma rápida, apropriada e eficaz”, sublinha a organização.

Taísa Pagno //

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