O pintor holandês Johannes Vermeer usava uma câmara escura para pintar, conhecidas por sua precisão e jogo de luz.
A revelação foi feita esta sexta-feira pelo museu holandês Rijksmuseum, em Amsterdão, na apresentação de uma nova biografia do artista.
O livro revela que um grupo de monges jesuítas ensinou o pintor a usar a câmara escura, o que mostra pela primeira vez a influência que a Igreja Católica tinha sobre Vermeer.
Antes de se converter ao catolicismo, o artista era protestante, afirma o museu, citado pela agência AFP.
O Rijksmuseum, também conhecido como Museu Nacional de Amsterdão, vai organizar em fevereiro a maior exposição alguma vez realizada sobre o pintor da era de ouro holandesa, com 28 quadros.
A vida de Vermeer é pouco conhecida, ao contrário das suas obras, como “Rapariga com Brinco de Pérola“, um dos seus quadros mais famosos.
A sua casa em Delft, cidade situada entre Haia e Roterdão, ficava ao lado de uma missão jesuíta que acolhia uma igreja escondida.
No final do século XVI, o culto católico foi proibido por holandeses calvinistas, mas cerca de um terço da população continuou fiel ao Vaticano.
Vermeer “muito provavelmente entrou em contacto com os jesuítas pela primeira vez por causa à câmara escura”, segundo a biografia agora apresentada, que será publicada em janeiro.
Usada de diferentes formas há milhares de anos, a câmara escura é um instrumento óptico com um espaço, ou caixa escura, na qual uma imagem exterior é projetada através de um pequeno orifício.
“Os efeitos luminosos da câmara também se encontram nos quadros de Vermeer, o que deixa poucas dúvidas de que o artista se inspirou nela“, segundo afirma o museu holandês. Os jesuítas “consideravam a câmara escura como uma ferramenta de observação da luz divina de Deus“.
Segundo Gregor Weber, diretor Rijksmuseum, o efeito característico que a câmara produz, com o centro em foco, mas deixando as áreas à volta esbatidas, é precisamente o que Vermeer fez na sua pintura “A Rendilheira”, que está exposta no Louvre, em Paris.