Verme regenera o seu corpo revertendo para um estado semelhante a uma célula estaminal

(dr) Martin Gühmann / Wikimedia

Verme marinho Platynereis dumerilii

O Platynereis dumerilii é especialista em regeneração, podendo sobreviver mesmo perdendo uma grande parte do seu corpo. 

Na maioria das espécies, a regeneração é feita por células estaminais, que se desenvolvem em qualquer tipo de célula necessária. No entanto, quando o segmento final de Platynereis dumerilii é removido, várias populações de outras células são recrutadas para restaurar rapidamente a secção do corpo ausente.

Segundo o Science Alert, o processo chama-se desdiferenciação e, pela primeira vez, cientistas da Universidade de Viena, na Áustria, identificaram como os vermes revertem o estado de outras células para que possam ser reaproveitadas.

“Isto significa que estas células retornam a um estado semelhante ao de células estaminais em apenas algumas horas para construir uma nova zona de crescimento o mais rápido possível”, explicou a bióloga molecular Leonie Adelmann, da Universidade de Viena.

A equipa usou duas técnicas avançadas de análise genética – sequenciamento de ARN de célula única e transgénese em mosaico – para descobrir como células individuais se comportavam e mudavam entre estados para reparar danos causados ​​nos vermes em laboratório.

Esta análise permitiu que os cientistas rastreassem de onde as células vieram e em que tipo de células acabaram por se transformar.

“Descobrimos, pelo menos, duas populações diferentes de células estaminais: uma que regenera tecidos como epiderme e neurónios, e outra que forma músculos e tecido conjuntivo”, revelou Adelmann.

A reprogramação de células humanas é um campo emergente da ciência que promete grandes melhorias em tratamentos médicos, pelo que ser capaz de controlar como as células se transformam em tipos especializados poderia ser um trunfo interessante para tratar doenças e reparar danos no corpo.

O artigo científico com as descobertas foi publicado na Nature Communications.

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