Ventura quer proibir, sob pena de prisão, a captação de imagens da polícia “em uso da força legítima”

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Tiago Petinga / Lusa

André Ventura

O Presidente do Chega vai entregar no Parlamento uma proposta de alteração ao Código Penal prevendo penas de prisão de dois a cinco anos a quem captar imagens de forças de segurança, alegando que “é preciso proteger a polícia”.

André Ventura quer proibir, punindo com pena de prisão, a captura e difusão de imagens ou vídeos de atuação policial, especialmente sobre “grupos étnicos ou raciais minoritários”, através de uma proposta para alterar o Código Penal.

O projeto de lei que André Ventura pretende entregar no Parlamento tem por objetivo desencorajar a “captura de imagens ou vídeo de agentes policiais e forças de segurança no exercício de funções, mesmo no quadro de uso da força legítima”.

“É muito raro os polícias cometerem crimes. É muito frequente haver crimes contra polícias. Temos de proteger a atuação das polícias, sobretudo em contexto de operações com grupos minoritários, onde o tema do racismo e da xenofobia vem à baila. É uma novidade no Código Penal português, uma inovação que vai ajudar à manutenção da ordem e à luta contra a violência nas ruas”, defendeu o deputado único do partido da extrema-direita parlamentar.

Segundo a proposta, “quem capturar imagens ou vídeos de atuação de forças policiais ou agentes de segurança e as difundir no espaço público é punido com pena de um a três anos de prisão” e, “se a difusão tiver, notoriamente, como objetivo incentivar ao ódio contra forças policiais ou agentes de segurança, o individuo é punido com pena de prisão de dois a cinco anos”.

O projeto de lei prevê ainda que “a divulgação de imagens ou vídeos relativos à atuação policial, quando estejam em causa operações que envolvam ações contra membros de grupos étnicos ou raciais minoritários, com o objetivo de incentivar ao ódio contra as forças policiais, os agentes de segurança ou contra grupo racial maioritário, é punida com pena de prisão de três a cinco anos de prisão”.

“Penso que não haverá questões dessa natureza”, limitou-se a responder Ventura quando questionado sobre a constitucionalidade das referências a “grupos étnicos ou raciais minoritários” ou “grupo racial maioritário”. O líder do Chega referiu tratar-se de uma peça jurídica “inspirada na recente legislação francesa nesta matéria”.

Sábado, em Paris, Lille, Rennes, Estrasburgo, Montpellier, Nantes e Bordéus milhares de cidadãos franceses manifestaram-se nas ruas contra a aprovação da referida legislação no país, tendo-se registado confrontos entre manifestantes e forças policiais.

André Ventura justificou a sua iniciativa “porque a maior parte das vezes quem captura as imagens da atuação policial – e posteriormente as coloca nas redes sociais ou em sites de desinformação – são indivíduos ou grupos organizados de malfeitores e desordeiros sociais”.

“É imperativo promover, desde já, a proteção das forças policiais e a integridade das funções do Estado, sem prejuízo do exercício dos direitos constitucionais de liberdade de expressão e informação”, é ressalvado no preâmbulo do projeto de lei.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Este psico-castrado oportunista aparece a propor coisas para proteger alguns acólitos q existem, felizmente pucos, nas forças de segurança, será q ele sabe q esmagadora maioria dos q colhem essas imagens e os locais onde elas ocorrem é onde andam os seus apoiantes, marginais, bandidos, arruaceiros, proxenetas, etc etc…

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