Ventura, a “criança socialista”. Rocha “doidinho” por ir para a cama com o PSD

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ZAP // António Pedro Santos, Estela Silva / Lusa

Debate aceso entre líderes do Chega e IL. Ventura não garante viabilizar governo minoritário à direita. “Às vezes parece que estamos a falar com Pedro Nuno Santos”, disse Rui Rocha, que acusou Ventura de enganar os idosos.

O debate entre os líderes do Chega e Iniciativa Liberal (IL), com lugar esta terça-feira na SIC Notícias, ficou marcado por sucessivos ataques. Ventura “picou” e ironizou, mas Rui Rocha não ficou atrás.

Partindo sem interrupções de um dos objetivos mais convergentes entre os partidos de direita — o combate à carga fiscal — um Ventura sossegado falou sobre uma descida de impostos necessária, nomeadamente do IRC e do “imposto mais estúpido do mundo”, o IMI. Não demorou muito até “picar” a IL pela sua falta de “conduta económica” — só quer “privatizar e despedir”, palavras a que Ventura iria recorrer frequentemente ao longo da noite.

Quando lhe foi pedido para partilhar as contas do partido para atingir o corte fiscal de quatro a cinco mil milhões que ambiciona, Rui Rocha partilhou da visualização de que a redução de impostos, apesar de inicialmente ter um custo, traz muito mais “pelo efeito multiplicador do crescimento económico”, mas deixou uma questão muito clara ao líder do Chega, que para o líder liberal está alinhado com os interesses socialistas: “quer ou não quer a TAP nacionalizada?

“O Chega defende que a TAP é estratégica. Tem de se salvaguardar os trabalhadores e não se pode privatizar sem garantir, por exemplo, que a Iberia [companhia aérea que opera maioritariamente em Espanha] torna Madrid, e não Lisboa, no centro da Península Ibérica. À IL isso não interessa”, respondeu. E foi então que Rocha puxou pelas comparações entre Chega e PS.

“Do ponto de vista económico, há muitas diferenças entre a IL e o Chega. O André Ventura é muito semelhante ao PS. Às vezes parece que estamos a falar com Pedro Nuno Santos”, acusou.

André Ventura quer limitar as margens de lucro das empresas — socialista; André Ventura quer aumentar o salário mínimo para mil euros — socialista; quer taxar mais a banca e as gasolineiras — socialista; quer uma TAP nacionalizada — socialista; quer aumentar as pensões para o nível do salário mínimo — e isto é socialista“, enumerou o líder liberal.

Falando da medida “absolutamente impossível” que prevê aumentar as pensões mais baixas para o valor do salário mínimo, apresentada pelo líder do Chega na Convenção Nacional do partido, em janeiro, Rui Rocha foi claro: “isto é enganar os idosos e isso não é admissível. Não consegue explicar” como é que o vai fazer. Ventura atirou números para o ar, como 20 mil milhões por ano da corrupção e 89 mil milhões provenientes da economia paralela.

E Rocha atacou de novo. “O André Ventura parece uma criança num parque de diversões, vê os carrosséis e quer andar em todos”, disse, explicando que tributar adicionalmente a banca e gasolineiras vai trazer mais custos para os portugueses. “André Ventura tem de ser chamado à realidade e temos de dizer que tudo isto é uma enorme aldrabice”.

Quando o tema imigração se juntou à mesa, André Ventura voltou a reforçar a “bandalheira” de que tem vindo a falar. “Temos que acolher bem como temos acolhido, mas Portugal não pode ser um país em que ninguém controla nada e em que temos terroristas a andar pelo país”. Rui Rocha sublinhou que a economia não funciona sem imigrantes, mas que o “facilitismo exagerado” suporta redes de tráfico e exploração.

O debate encerrou quente com a derradeira pergunta colocada formalmente, em papel, por Rui Rocha a André Ventura: “Eu, André Ventura, assumo que viabilizarei um governo minoritário entre PSD e a IL”, lia-se no papel (que Ventura não assinou).

E para Rocha, a consequência é clara. “Um voto no Chega é um voto no PS”.

“A IL está doidinha por se meter na cama com o PSD e com qualquer partido. Nós não”, defendeu-se o líder do Chega.

Tomás Guimarães, ZAP //

2 Comments

  1. Parece que dois deles ja serviram um almoço ao Costa e ao Rebelo, e vários outros estão em parte incerta…, depois do prazo de detenção ter expirado!!!!!!.

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