“Comidos de cebolada”. Venda de Luis Díaz revolta portistas (mas pode tornar-se na “maior de sempre”)

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Fernando Veludo / Lusa

Nem FC Porto, nem Liverpool confirmaram ainda a transferência de Luis Díaz para Inglaterra, mas o negócio estará fechado por 45 milhões de euros mais 15 milhões por objectivos. “Uma pechincha” para muitos adeptos portistas que criticam a decisão da SAD.

“Será sempre um mau negócio” porque é um jogador que “faz falta ao FC Porto”, considera o ex-jogador do FC Porto Eurico Gomes em declarações à Bola Branca da Rádio Renascença.

O antigo futebolista admite que “o FC Porto não vive com abundância financeira”, mas considera que “Luis Díaz vendido por 45 milhões de euros é uma pechincha para quem o compra”.

“E não sei se será o suficiente para salvaguardar as contas do clube”, lamenta ainda Eurico Gomes.

“Dinheiro que vai entrar é praticamente nada”

Também o escritor Miguel Sousa Tavares, conhecido adepto portista, lamenta, em declarações divulgadas pelo jornal A Bola, que “o dinheiro que vai entrar é praticamente nada, pois o clube só tem 80% do passe e ainda tem de pagar 25% de comissões ao bando de chulos que vive à roda da SAD”.

O Junior Barraquilla, clube da Colômbia, detém 20 por cento do passe de Luis Díaz. Portanto, descontando esse valor, bem como as verbas das comissões do negócio, o FC Porto deverá ficar com apenas cerca de 31,5 milhões de euros.

A cláusula de rescisão de Luis Díaz com o FC Porto é de 80 milhões de euros. Mas o FC Porto precisa de vender numa altura em que as suas contas continuam debilitadas, e perante a necessidade de cumprir o fair play financeiro da UEFA, para não ser excluído das competições europeias.

A gestão que a SAD tem feito do plantel e das contas tem merecido algumas críticas que o pirata informático Rui Pinto, outro adepto portista, recupera agora, embora generalizando ao resto dos clubes nacionais.

“O negócio iminente de Luis Díaz, a preço de saldo, nesta janela de transferências, demonstra uma vez mais que o modelo de gestão aplicado actualmente nos principais clubes portugueses é insustentável”, escreve o hacker, concluindo que “vão-se esfumando as receitas dos direitos televisivos, e a bolha irá rebentar“.

Entre os adeptos anónimos, há quem brinque com a contratação de Ruben Semedo por parte do FC Porto. “O Rúben Semedo foi contratado pelos adeptos do Porto para sequestrar o Luís Díaz até ao final da janela de transferências de Inverno”, escreve um utilizador do Twitter, enquanto outros concluem que os responsáveis do FC Porto foram “comidos de cebolada”.

Díaz pode tornar-se na “maior venda de sempre”

Contudo, os números do negócio podem ser olhados por outra perspectiva que é precisamente o que faz o Jornal de Notícias (JN), destacando que Luis Díaz pode tornar-se na “maior venda de sempre da SAD azul e branca”, caso o valor final de 60 milhões de euros se concretize, considerando os 45 milhões iniciais e os 15 milhões por cumprimento de objectivos.

O jornal repara que, quanto à verba condicional, 10 milhões dependem do “número de jogos” do atleta pelo Liverpool, o que considera ser fácil de concretizar, enquanto os outros 5 milhões “dependem da conquista de títulos por parte do Liverpool e de prémios individuais”, algo mais difícil de alcançar.

De qualquer modo, os milhões que chegarem já são “um importante encaixe financeiro” numa altura de crise severa no futebol por causa da pandemia, como lembra o JN.

Até agora, o melhor negócio de sempre do FC Porto, no mercado de transferências, foi a venda de Éder Militão ao Real Madrid por 50 milhões de euros.

ZAP //

2 Comments

  1. Casa onde não há pão…
    Enfim. É a lei do mercado. Quem tem activos valiosos e está na penúria, sujeita-se sempre à cobiça de quem tem dinheiro.
    Os clubes de futebol (leia-se, essas coisas das SAD), sem excepção, vivem acima das possibilidades. Como impor por decreto regras é atentatório da liberdade, o mercado, corrige os desvarios. No passado no SLB e no SCP, hoje no FCP mais do que nos outros.
    O FCP está, numa evidente espiral negativa. Em Julho há empréstimos obrigacionistas que é preciso reembolsar….

  2. É por estes “negócios” destruidores das equipas que deixei de ver os jogos de futebol nos campos portugueses, em Inglaterra sempre se jogou a sério e nas bancadas faz-se festa, quem quer ver jogadores portugueses a jogar por igual ou mesmo melhor é só escolher, eu sou do Benfica e de à muito (ainda por cima nestes anos de miséria em campo e direções mercantilistas) vejo os jogos da liga inglesa, seja onde estão jogadores do SLB, FCP ou SCP. Já agora refiro que desde Ronaldo, Figo e até o treinador Mourinho no Chelsea e Inter de Milão poucos são os jogos que perdi.

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