Dirigentes e uma menor agredidos em Alvalade. Juve Leo “nunca mais” vai mandar no Sporting

Mário Cruz / Lusa

O presidente do Sporting, Frederico Varandas

O presidente do Sporting criticou a claque Juve Leo e garante que esta “nunca mais” terá privilégios nem mandará no emblema de Alvalade enquanto estiver à frente do Conselho Diretivo dos leões.

Frederico Varandas, que falava aos jornalistas na zona mista do Estádio José Alvalade, após o triunfo frente ao Portimonense (2-1), insurgiu-se contra as agressões ao vogal Miguel Afonso e às ofensas à sua filha de 16 anos e ao vice-presidente Filipe Osório de Castro.

O episódio terá acontecido depois do triunfo do Sporting diante do Benfica (2-0), em jogo da 17.ª jornada da fase regular do Nacional de futsal.

“Dois elementos do Conselho Diretivo e a filha de um deles sofreram uma emboscada de cerca de seis elementos cobardes. Pontapearam um vogal do Conselho Diretivo e um segurança e cuspiram na cara de uma miúda de 16 anos. Isto é o que se tem vindo a passar há mais de dez anos. Episódios como este levaram a que um presidente se demitisse. Curiosamente, os presidentes e os treinadores vão mudando e quem está à frente desta claque mantém-se”, começou por dizer Varandas.

Numa declaração sem direito a perguntas por parte da imprensa, o presidente, sem nunca pronunciar o nome da Juve Leo, relembrou que as críticas à atual direção vêm já da terceira jornada da I Liga.

“Saímos de Portimão no primeiro lugar e fui ofendido. O que mudou foram os privilégios que estes senhores não têm e que com esta Direção nunca mais voltam a ter. Se julgam que por cobardemente amedrontar, esta Direção vai recuar? É fácil recuar. Temos famílias e podemos questionar-nos se vale a pena, mas estamos aqui porque amamos este clube”.

“Este clube não é deles, é dos sócios. Vai chegar o momento em que não pode só ser esta Direção a bater-se. O que está em causa não é um resultado desportivo, está em causa a soberania do Sporting. Estes senhores julgam que mandam no Sporting, mas não mandam e nunca mais irão mandar“, concluiu.

“Cobardes e lamentáveis”

Antes destas declarações, o clube leonino emitiu um comunicado, no qual vem “repudiar mais um episódio de violência ocorrido nas instalações de Alvalade”, rotulando estes acontecimentos de “cobardes e lamentáveis”.

Na mesma nota, o Sporting relembra que atualmente decorre o “julgamento de Alcochete” e que, numa altura em que tenta ultrapassar os momentos extremamente violentos desse episódio, foi hoje “mais uma vez, atacado”.

“Perante as agressões, a violência, as ameaças e os insultos o Sporting não irá ceder. Isto não é o Sporting. Tomaremos as medidas necessárias e defenderemos os sócios, as famílias e todos aqueles que, sob o signo do Leão, vivem e apoiam sempre o seu clube, com os valores que fazem parte do ADN do Sporting Clube de Portugal”, conclui.

3000 adeptos pedem demissão de Varandas

Antes do encontro com o Portimonense, cerca de três mil adeptos manifestaram-se em frente ao Pavilhão Multiusos do Sporting onde exigiram a demissão do atual Conselho Diretivo, querendo a realização de novas eleições no mais curto prazo.

A concentração iniciou-se cerca das 16h00 e os adeptos, que se assumiram como tal e não como membros de claques, empunharam cartazes onde se podia ler “Varandas, I love you out of Sporting” [Varandas, gosto de ti fora do Sporting] e “Demissão, rua já! O Sporting tem de ser nosso outra vez”.

Para os adeptos que compareceram na concentração é claro que a demissão de Varandas tem de ter efeitos imediatos, de forma a que sejam convocadas eleições para a presidência do Sporting o mais rapidamente possível.

No entanto, apesar da forte oposição manifestada contra a direção, alguns adeptos sportinguistas também expressaram desagrado contra a pressão que está a ser colocada nos dirigentes do clube.

ZAP // Lusa

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