Apesar de os salários terem registado aumentos no segundo trimestre de 2022, a inflação “comeu” as subidas. O valor real dos ordenados está num mínimo desde março de 2015, quando o INE começou a registar os dados.
Os aumentos dos salários em Portugal aceleraram no segundo trimestre de 2022, mas ainda ficam muito aquém do necessário para compensarem a perda de poder de compra resultante da escalada dos preços.
As conclusões partem dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados esta quinta-feira. No geral, os salários subiram em média 3,1% por trabalhador nos segundo trimestre deste ano em termos homólogos, atingindo os 1439 euros. Em relação ao primeiro trimestre, a subida foi acima dos 2,5%.
Em relação ao período homólogo, os salários no privado subiram mais do que no público. O setor onde os ordenados mais subiram foi a “Electricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”, com um crescimento de 21,2%.
Em segundo lugar surgem as “Atividades de consultoria, científica, técnicas e similares”, onde os salários subiram, em média, 8,2%.
Mas estes aumentos continuam a não chegar para compensar a inflação. Em Julho, a variação homóloga dos preços atingiu um novo recorde desde 1992, chegando aos 9,1%.
Isto significa que, em termos reais, a remuneração bruta total mensal média por cada trabalhador caiu 4,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado — ou seja, apesar de se ganhar mais, compra-se menos coisas com os salários devido à subida dos preços.
O Expresso avança mesmo que esta é a maior queda do valor real dos salários desde março de 2015, quando o INE começou a registar estes dados.
E depois ainda vêm falar da austeridade do Passos! E esta austeridade, que implicou o maior corte de sempre nos salários reais?!