Uso de canábis ligado ao risco de cancro de cabeça e pescoço

Um novo estudo, que analisou 20 anos de dados médicos de milhões de pessoas, encontrou uma ligação entre o uso de canábis e o cancro de cabeça e pescoço.

A investigação analisou 20 anos de registos médicos de mais de 116 mil adultos norte-americanos com transtorno por uso de canábis e descobriu que o seu uso regular pode aumentar o risco de cancro de cabeça e pescoço.

Segundo o Live Science, em comparação com adultos saudáveis, estes indivídups eram 3,5 a 5 vezes mais propensos a desenvolver cancro de cabeça e pescoço, que incluem cancro de boca, garganta, caixa de voz, glândulas salivares e orofaringe.

“Este é um dos primeiros estudos – e o maior que conhecemos – a associar o cancro de cabeça e pescoço ao uso de canábis”, afirmou o investigador Niels Kokot, cirurgião da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos.

“A deteção deste fator de risco é muito importante porque o cancro de cabeça e pescoço pode ser evitável quando as pessoas sabem que tipo de comportamentos aumentam o seu risco”, acrescentou.

A investigação usou dados recolhidos entre 2004 e 2024 do TriNetX, um banco de dados de pacientes de 64 centros de saúde norte-americanos.

Além dos pacientes com este transtorno, o estudo incluiu dados de mais de 3,9 milhões de pessoas sem diagnóstico.

Em comparação com o grupo de controlo, as pessoas com o transtorno por uso de canábis eram mais propensas a desenvolver todos os tipos de cancro de cabeça e pescoço, exceto cancro hipofaríngeo, que afeta a parte inferior da garganta.

Como o estudo não investigou a forma como os pacientes usavam a canábis, não se pode afirmar com certeza se é o fumo que causa o desenvolvimento do cancro, já que contém alguns agentes cancerígenos semelhantes aos do fumo do tabaco.

Ainda assim, é certo que os componentes ativos da canábis, como o THC, ativam certas enzimas que podem alimentar a doença.

“Os próprios canabinóides podem ser cancerígenos. O fumo também pode ter potencial para carcinogénese”, afirmou Kokot.

O artigo científico foi publicado na JAMA Otolaryngology-Head & Neck Surgery.

ZAP //

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