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Universitários dormem na rua em protesto. “É urgente criar mais residências”

Esta segunda-feira, vários estudantes universitários do Porto dormiram na rua, uma iniciativa que pretende alertar para a situação que se vive devido à falta de alojamento.

Estudantes da Universidade do Porto montaram, esta segunda-feira, um acampamento em frente à reitoria, uma ação simbólica que quer alertar para a situação crítica da falta de alojamento.

João Pedro Videira, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), adiantou à Lusa que “o que nós pretendemos é que esta ação sensibilize o Governo, a Câmara Municipal do Porto e as instituições de ensino para este problema que afeta os estudantes do Ensino Superior que, neste momento, ou não encontram casa ou não conseguem suportar os seus custos devido aos preços exorbitantes”.

Atualmente, um estudante que tenha de se deslocar da sua residência para frequentar o Ensino Superior tem “altas probabilidades” de se tornar num estudante desalojado, o que é “inadmissível”, atirou João Pedro Videira, adiantando que existem, neste momento, estudantes a dormir em carros e estações de comboio, situações que lhe foram reportadas por email.

É “incomportável” um aluno pagar mais de 400 euros por um quarto em alguns casos “com condições pouco dignas”, referiu ainda, atribuindo a falta de habitações à especulação imobiliária e ao aumento do turismo.

Aliás, há muitas famílias entre a espada e a parede, que têm de optar entre conseguir ter um membro do seu agregado familiar a frequentar o Ensino Superior ou conseguir pagar as contas dos gastos familiares, uma decisão que não devia ser tomada nestes moldes, sublinhou o presidente da FAP.

Falando em 1300 camas para 23.000 alunos no Porto, o presidente da FAP salientou que isto é “insustentável” e “retira qualquer esperança de um futuro mais digno”.

Assim, é necessário atualizar e duplicar o valor do complemento de alojamento, bem como construir mais residências universitárias para fazer face a este problema, defende. Além disso, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, as instituições de ensino e Câmara Municipal do Porto devem-se “sentar à mesa” de forma a encontrar soluções.

ZAP // Lusa

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