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Uns gramas de folhas em decomposição geram “quilos” de gases de efeito estufa

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Michigan State University

As investigadoras Sasha Kravchenko e Jessica Fry, da Michigan State University

As investigadoras Sasha Kravchenko e Jessica Fry, da Michigan State University

Um grupo de cientistas da Universidade do Michigan descobriu que as folhas em decomposição são uma “surpreendente” fonte de gases do efeito estufa.

Segundo o estudo realizado por estes cientistas, que foi publicado na revista britânica Nature Geoscience, as folhas nesse estado produzem óxido nitroso, um tipo de gás do efeito estufa mais potente que o dióxido de carbono.

Os autores sustentam que esta nova descoberta pode ajudar a “aperfeiçoar” as previsões de emissões de óxido nitroso, N2O, bem como servir de guia para futuras práticas agrícolas e manejo do solo.

“A maior parte do N2O é produzido em volumes de terra do tamanho de uma colher e estes chamados ‘pontos quentes’ podem emitir uma grande quantidade de óxido nitroso rapidamente”, sustentou a autora principal do estudo, Sasha Kravchenko.

Mas, tal como apontou Kravchenko, a razão da aparição destes “pontos quentes” confundiu “microbiologistas do solo” desde que foram descobertos, há “várias décadas”.

A publicação atribui o atraso neste achado ao facto de, normalmente, os cientistas analisarem escalas espaciais maiores, e é “difícil” estudar e etiquetar um campo inteiro como fonte de emissões de gases de efeito estufa quando “a fonte se limita a gramas do solo que abrigam folhas em decomposição”.

O estudo assegura que “mudar a vista dos microscópios binoculares” ajudará a melhorar as previsões de emissões de N20 que, tradicionalmente, são 50% exactas.

“O potencial de aquecimento global do óxido nitroso é 300 vezes maior que o do dióxido de carbono, e as emissões são em grande medida impulsionadas pelas práticas agrícolas”, afirma Kravchenko.

Um dos coautores do estudo, John Schade, director do programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração da National Science Foundation, diz que a pesquisa “revela o que impulsiona as emissões do óxido nitroso nas terras agrícolas produtivas”.

“Precisamos de estudos como este para orientar a criação de práticas agrícolas sustentáveis necessárias para alimentar uma população humana em crescimento com um mínimo impacto ambiental”, concluiu Schade.

// EFE

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8 Comments

  1. É bom que se escreva muitas e muitas vezes artigos destes. É fundamental educar as pessoas sobre a realidade dos nossos tempos. Muito poucas pessoas têm noção que a maior fonte de gases de efeito de estufa vem na verdade da exploração agrária para a produção de carne. Não, não são os carros os maiores responsáveis pelo aquecimento global, mas sim a nossa “fome” por carne…
    Mas queria também deixar registado o meu desagrado pela forma como o titulo está escrito. Assim passa a mensagem errada a quem nada sabe sobre o assunto. É assim que se semeiam os mitos. Obviamente que alguns gramas não geram “quilos” (mesmo entre aspas) de gases de efeito estufa. Geram sim gases com equivalência em quilos de CO2 (CO2 e não qualquer outro gás de efeito estufa).

    • Caro Paulo,
      Obrigado pelo seu reparo. Efectivamente, “quilos”, mesmo entre aspas, é impreciso. Na realidade, nem a nossa fonte nem o artigo original indica com exactidão o racio de gases de estufa libertado por grama de material biológico em decomposição. As nossas alternativas eram não referir no título que “poucas gramas geram muito gás”, que nos parece um detalhe importante, ou usar a expressão “uma quantidade apreciável”, o que tornaria o título ainda mais extenso. Optámos por usar a expressão “quilos”, colocando-a entre aspas, para clarificar que não fazemos ideia de qual é de facto a quantidade – apenas que é desproporcional à das folhas que a gera.
      O seu desagrado tem toda a razão de ser, mas a nossa opção tem esta explicação.

  2. O melhor mesmo será passarmos a abater todos os animais e passarmos nós a substituí-los comendo pasto apenas mas convém nem sequer o cultivar limitando-nos a comer o que a natureza nos der.

    • Comer o que para tal a natureza nos preparou, ao longo de milhões de anos, que é comer frutas e outros tipos de vegetais leguminosos, etc.
      No plano biológico, somos frigívoro-vegetarianos, tanto em termos de anatomia como de fisiologia, e só conseguimos ser omnívoros usando o fogo, mas não sem grandes danos para a nossa saúde, hiper grandes danos para o equilíbrio ambiental (cada vez mais próximos de um descalabro), e uma total falta de ética pelo que se faz aos pobres dos animais que sem opção têm de ceder bifes a quem come carne.

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