Uma misteriosa doença está a matar os corais

Alguns recifes de coral perto da Ilha do Natal passaram, em apenas cinco anos, de ecossistemas vibrantes a cemitérios, devido a uma síndrome misteriosa sobre a qual os cientistas não sabem quase nada.

A doença, que os cientistas chamam de “síndrome branca“, mata o tecido do coral e deixa para trás um esqueleto branco de carbonato de cálcio – diferente do branqueamento do coral, que também torna o coral branco, mas não mata diretamente o organismo.

Devido a uma razão desconhecida, a síndrome branca afeta apenas o género Acropora – corais que formam a espinha dorsal de muitos recifes nos oceanos Índico e Pacífico, e uma espécie muito abundante.

Ainda não se sabe como é que a doença se espalha e infeta os corais, e o termo “síndrome branca” é usado para abranger de forma geral um sem-número de causas que provocam este efeito. Os cientistas têm ligado a síndrome branca a elementos como micróbios patogénicos, vermes parasitas e o aumento das temperaturas oceânicas, refere uma reportagem na revista Hakai.

Os cientistas identificaram a síndrome branca pela primeira vez na Grande Barreira de Coral, em 1998. Desde então, tem aparecido um pouco por todo o lado, desde o Mar Vermelho às Caraíbas.

A Smithsonian refere que o surto na Ilha do Natal marca a primeira vez que a síndrome branca foi identificada no Oceano Índico, e uma análise recente deste surto, publicada em julho na PLoS ONE, demonstra uma propagação rápida e letal entre 2008 e 2013. Em alguns recifes à volta da ilha, a doença já matou 96% dos corais.

As mudanças climáticas e a acidificação dos oceanos representam, na realidade, uma ameaça maior do que a síndrome branca para os corais, mas isto não torna menos perigosa a enigmática doença que afeta os recifes, tão belos quanto frágeis.

ZAP

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