Uma nova pesquisa indica que a superupção de Los Chocoyos teve um grande impacto no clima da Terra, mas a sua duração deste impacto foi de apenas algumas décadas — bastante mais curta do que se pensava.
Um novo estudo publicado na Communications Earth & Environment está a revelar dados novos sobre uma das maiores erupções vulcânicas do período Quaternário – a supererupção de Los Chocoyos na América Central.
Anteriormente, pensava-se a erupção que tinha desencadeado um arrefecimento global prolongado, mas a nova investigação utilizou amostras de núcleos de gelo e sugere que o impacto climático da erupção foi significativo mas de curta duração.
Os cientistas da Universidade de St Andrews analisaram amostras de núcleos de gelo da Gronelândia e da Antártida, que preservam registos climáticos antigos, incluindo depósitos de cinzas vulcânicas e marcadores de sulfato. Ao identificar a impressão digital geoquímica da erupção de Los Chocoyos nestas amostras, os investigadores determinaram que o evento ocorreu há cerca de 79 500 anos, refere o IFLScience.
As supererupções caraterizadas pelo seu grande poder explosivo, têm o potencial de injetar grandes quantidades de gases e partículas na atmosfera superior, afetando significativamente as temperaturas globais. No entanto, embora a erupção de Los Chocoyos tenha inicialmente causado graves perturbações nos sistemas climáticos, os dados do núcleo de gelo indicam que o clima da Terra recuperou em apenas algumas décadas, em vez de manter efeitos de arrefecimento a longo prazo.
Esta descoberta contradiz teorias anteriores que sugeriam que a erupção poderia ter contribuído para o início de uma era glaciar. “A nossa evidência de que o clima regressou às condições pré-erupção nos anos a décadas que se seguiram a esta emissão catastrófica de sulfato vulcânico é um passo emocionante para a nossa compreensão das interações vulcanismo-clima”, explica a autora principal do estudo, Helen Innes.
A equipa está agora a concentrar-se na análise de outros grandes depósitos de sulfato vulcânico para aperfeiçoar ainda mais a sua compreensão de como as supererupções influenciaram a evolução do clima do planeta.
Embora as supererupções continuem a ser raras, são uma fonte de preocupação devido ao seu potencial para perturbar o clima global e as sociedades humanas. Felizmente, a Universidade de St Andrews estima que a probabilidade de ocorrência de um evento deste género no próximo século é de apenas 0,12 por cento.