Um único meteorito colidiu com Marte e criou 2 mil milhões de crateras

ZAP // NightCafe Studio

Um meteorito colidiu com Marte e os detritos resultantes da formação de uma cratera podem ajudar a conhecer a geologia marciana.

Quando um meteorito atinge o solo pode lançar uma enorme nuvem de rochas para o ar e, quando estas rochas voltam a cair, criam as suas próprias crateras mais pequenas, muitas vezes em cadeias e à volta do local do impacto original.

Este processo é comum em corpos rochosos com atmosferas finas, como Marte ou a Lua, mas é muito mais difícil de detetar na Terra, onde a atividade geológica pode destruir as provas.

De acordo com o NewScientist, há cerca de 2,3 milhões de anos, um meteorito colidiu com Marte e não criou apenas uma cratera, mas sim 2 mil milhões de delas.

A cratera principal, chamada Corinto, tem cerca de 14 kms de diâmetro e os detritos da colisão do meteorito formaram cerca de dois mil milhões de crateras adicionais — chamadas secundárias.

Matthew Golombek, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia, e os seus colegas usaram imagens de duas naves espaciais na órbita de Marte para estimar o número de crateras secundárias criadas pelos detritos da cratera Corinto.

Os investigadores descobriram que Corinto tem entre 1,3 mil milhões e 3 mil milhões de crateras secundárias — o maior número alguma vez observado em Marte.

Cada cratera secundária tinha, pelo menos, 10 metros de diâmetro. As crateras cobrem uma área de cerca de 1,4 milhões km2, incluindo a área onde a sonda Mars InSight da NASA aterrou em 2018.

A área é vulcânica e as crateras salpicam as superfícies de fluxos de lava seca de Elysium Mons, uma das montanhas mais altas de Marte.

“Quantificar o número de secundárias é importante para compreender melhor como é que uma cratera relativamente pequena pode ejetar tanto material durante o processo de craterização“, diz Golombek.

“A formação de secundárias depende fortemente da geologia da área atingida pelo meteorito, bem como das propriedades geológicas do próprio impactador, pelo que o seu estudo poderá ajudar-nos a compreender de que é feito Marte e como os vários materiais reagem ao embate de rochas espaciais”, conclui.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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