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Menos de um terço dos professores que avaliam exames tem formação

Dos 18 mil professores que vão corrigir os exames nacionais, só cinco mil tem formação específica para a tarefa.

Os exames nacionais começam esta segunda-feira e, este ano, a bolsa de professores classificadores é constituída por mais de 18 mil professores. No entanto, segundo o Público, menos de um terço (27,7%) – cerca de cinco mil, de acordo com o Ministério da Educação – tem formação específica para a tarefa.

Ao matutino, a tutela desvalorizou a questão, afirmando que os exames “são instrumentos de avaliação” e que, por isso, todos os docentes que lecionam o programa das disciplinas e fazem avaliação das aprendizagens dos alunos estão “preparados para corrigir esses mesmos exames”.

Os critérios para a seleção de professores incluídos na bolsa de classificadores privilegiam os docentes que, este ano, tenham lecionado a disciplina sujeita a exame. Ainda assim, as regras fixadas em abril pelo Júri Nacional de Exames (JNE) abrem também a porta a que sejam chamados para corrigir exames professores que tenham dado a disciplina até “há três ou mais anos” ou, no limite, docentes que “não lecionem, mas tenham habilitação para a docência na disciplina”.

Em 2010, a constituição de uma bolsa de professores classificadores foi apresentada como um salto qualitativo na correção das provas, por uniformizar os critérios de seleção para esta função e por se providenciar uma especialização nesta área, através de formações anuais promovidas pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave).

Contudo, esta iniciativa foi interrompida cinco anos depois e, desde então, os únicos professores que têm tido formação anualmente são os que supervisores, que monitorizam o processo e acompanham todos os outros docentes na correção das provas.

Ao público, a professora de português Manuela Inácio, do Agrupamento Frei Gonçalves de Azevedo, em Tires, no concelho de Cascais, relembra que as formações do Iave durante o período de 2010 a 2015, das quais fez parte, eram muito úteis para uniformizar os critérios de correção das provas e reduzir as desigualdades que possam existir na forma de classificar os alunos.

A professora aponta ainda algumas queixas, entre as quais os prazos – duas semanas para corrigir as provas – serem “muito apertados para fazer um bom trabalho”. As cerca de 50 provas que tem que rever são também “claramente, muitas”.

ZAP //

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