Um novo estudo sugere que pelo menos um quarto de todas as estrelas como o nosso Sol devorou um dos seus próprios planetas em algum momento da vida.
No entanto, tal como escreve o site IFLScience, não é preciso ter medo que o nosso Sol se “lembre” de fazer uma coisa parecida, uma vez que esta nova investigação está relacionada com sistemas estelares binários.
O facto de as estrelas às vezes consumirem planetas já é conhecido há muito tempo, mas a tentativa de quantificar a frequência com que isso acontece, publicada esta segunda-feira na revista científica Nature Astronomy, resolve agora um quebra-cabeças que tem incomodado os especialistas em composição estelar.
Em teoria, explica o mesmo site, as estrelas que se formam a partir da mesma nuvem de gás deveriam ter uma abundância semelhante de elementos. No entanto, muitos pares binários contêm uma estrela rica em metais e uma outra pobre nesses mesmos materiais.
Num pequeno número de casos, essas estrelas podem ter-se formado em nuvens diferentes e entrar na órbita uma da outra mais tarde, mas isso seria muito raro para afetar as estatísticas de forma tão significativa.
Em vez disso, foram consideradas duas explicações possíveis: ou os modelos estão errados e as estrelas da mesma nuvem podem começar com composições muito diferentes, ou é comum uma estrela engolir um planeta, mudando a sua composição durante o processo.
Para distinguir entre estas possibilidades, a equipa notou que estrelas com temperaturas acima dos 6500°C mantêm um registo dos planetas que engolem. Estrelas mais frias, no entanto, têm espessas camadas externas convectivas, nas quais os elementos de um planeta se misturam, diluindo um planeta típico a ponto de os seus elementos serem indetectáveis.
Os autores compararam então a frequência de composições visivelmente diferentes em pares de estrelas quentes e as suas homólogas mais frias. Descobriram que as diferenças são muito mais comuns em binários quentes, como seria de se esperar se engolir planetas fosse algo comum, mas não se as estrelas começassem com abundâncias elementares diferentes.
Utilizando esta informação, os investigadores concluíram que entre 20% a 35% das estrelas em pares binários comeram pelo menos um planeta, escreve o IFLScience.
É a prova de que a ganância está espalhada por todo o universo, ainda se admiram dos nossos políticos!