Um problema de saúde comum pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares

Uma equipa de cientistas descobriu que um problema de saúde comum pode contribuir significativamente para as doenças cardiovasculares: a obstipação.

Aos fatores de risco cardiovasculares tradicionais, como a hipertensão arterial, a obesidade e o tabagismo, é agora acrescentada a obstipação, um problema bastante comum na população.

Num novo estudo, publicado a semana passada no American Journal of Physiology-Heart and Circulatory Physiology, os investigadores utilizaram dados de mais de 400.000 participantes no UK Biobank e encontrou 23.814 pessoas que sofriam de obstipação.

Segundo o New Atlas, o Biobank reúne dados de imagiologia médica, análise de biomarcadores e sequenciação de genes. Isto inclui também formações sobre as condições ambientais e o estilo de vida, incluindo os níveis de atividade.

Seguidamente analisaram esses registos e descobriram que as pessoas com este problema tinham mais do dobro da probabilidade de sofrer um evento cardíaco adverso grave, como o ataque cardíaco, um acidente vascular cerebral ou uma hospitalização por insuficiência cardíaca.

O estudo revelou que os indivíduos com prisão de ventre que também sofriam tensão arterial elevada tinham um risco 34% maior de sofrerem eventos cardíacos em comparação com as pessoas que apenas sofriam de tensão arterial elevada.

“Com a obstipação a afetar cerca de 14% da população mundial, particularmente os adultos mais velhos e as mulheres, estes resultados sugerem que uma parte significativa da população pode estar em risco acrescido de doença cardiovascular devido à sua saúde intestinal”, diz a autora principal do estudo Francine Marques, em comunicado.

Os cientistas acreditam que as pessoas com prisão de ventre podem ter uma condição conhecida como “intestino permeável“, em que a permeabilidade dos intestinos aumenta, permitindo a entrada de toxinas e bactérias na corrente sanguínea.

Por fim, a obstipação deve ser considerada um fator de risco relevante que afeta a saúde cardiovascular no futuro pelo que são necessárias mais investigações de modo a explorar essa ligação e os mecanismos biológicos envolvidos.

Soraia Ferreira, ZAP //

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