Astrónomos usaram dados do telescópio espacial TESS para estudar a explosão de um cometa durante a sua aproximação ao Sol.
A investigação resultou num artigo publicado em novembro na revista científica Astrophysical Journal Letters. Foi a primeira vez que a humanidade conseguiu imagens tão claras de um evento deste género.
O cometa em questão é o 46P/Wirtanen, que teve o ponto de maior aproximação com a Terra em 16 de dezembro do ano passado. A explosão de gás e poeira captada pelo TESS, entretanto, começou em 26 de setembro, dissipando-se durante os 20 dias seguintes.
A explosão começou com um brilho forte e aconteceu em duas fases. O primeiro episódio durou cerca de uma hora e foi seguido por outro mais gradual, que foi aumentando a intensidade durante 8 horas. Os investigadores acreditam que a segunda fase pode ter ocorrido pelo espalhamento gradual da poeira, que aumentou a intensidade do brilho.
Após a explosão, de acordo com o CanalTech, o 46P/Wirtanen ficou praticamente indetetável durante duas semanas. Imagens do TESS são captadas a cada 30 minutos, o que permitiu aos astrónomos analisar cada fase da explosão com bastante detalhe.
“Com imagens frequentes num período de 20 dias, pudemos avaliar as mudanças de brilho com muita facilidade”, explicou Tony Farnham, autor principal do estudo, em comunicado. “Não conseguimos prever quando um cometa vai explodir. Mas mesmo que, de alguma forma, pudéssemos agendar essas observações, não poderíamos ter acertado melhor no tempo. A explosão aconteceu poucos dias depois de as observações começarem”.
Os cometas viajam pelo Sistema Solar geralmente acompanhados de um pouco de evaporação do gelo no seu núcleo. Conforme se aproximam do Sol, os gases aumentam, formando uma atmosfera difusa chamada “coma”. Essa atividade pode ser intensificada pela explosão espontânea de uma área da superfície.
Ainda não se sabe o que pode causar estas explosões, mas as imagens do TESS são o primeiro passo para compreendermos estes eventos, que até são comuns. Sabe-se que está relacionado com a atividade na superfície do cometa, mas o gatilho que faz com que uma gigantesca nuvem de gás e poeira se espalhe rapidamente é desconhecido.
De acordo com cálculos estimados dos cientistas, o cometa 46P/Wirtanen soltou cerca de um milhão de quilogramas de massa durante a explosão, o que pode ter criado uma cratera de aproximadamente 20 metros de diâmetro na sua superfície.
O Cometa 46P/Wirtanen foi descoberto em janeiro de 1948 pelo astrónomo norte-americano Carl Wirtanen, e é um dos poucos cometas que são, às vezes, visíveis a olho nu – fica tão brilhante como uma estrela fraca.
Com a Nasa é só acidentes.
Pra variar imagens de computador