ULS com 38 mil utentes sem médico só pode contratar um. Poucas vagas revoltam hospitais

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O Ministério da Saúde abriu 225 vagas para médicos gerais e familiares, mas a sua distribuição está a deixar as ULS “perplexas”.

Na passada sexta-feira, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) anunciou o número de vagas que disponibilizou para cada Unidade Local de Saúde. No entanto, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), não está contente.

Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, aponta o problemas que surgem do número reduzido de vagas para Medicina Geral e Familiar: é altamente discrepante da grande necessidade dos utentes. Em entrevista ao JN, diz ainda que os concursos são feitos pelas próprias ULS, mas carecem de autorização.

No caso, por exemplo, da ULS de Almada-Seixal (ULSAS), que pediu para que abrissem 14 vagas para essa especialidade, e apenas 1 foi concedida. Problema: há 38 mil utentes dessa ULS sem médico de família.

A médica da ULSAS Ana Catarina Soares diz que a decisão é “completamente desajustada às necessidades reais da população e dos profissionais que diariamente enfrentam desafios significativos para garantir cuidados de qualidade”. Pede “a revisão do número de vagas a serem atribuídas”, uma vez que a ULS sentiu “perplexidade e preocupação” com o anúncio da ACSS.

Na segunda época de 2024, houve 75 médicos a terminarem a especialidade de Medicina Geral e Familiar. Três médicos que terminaram a especialidade na segunda época na ULSAS tinham intenção de ficar, e isso não foi permitido.

Para Joana Bordalo e Sá, da FNAM, não haveria qualquer problema em abrir vagas a mais. “Sabemos que muitas vagas vão ficar por ocupar, mas se as ULS não podem abri-las, as pessoas não podem concorrer” nota. Acusa a tutela da Saúde de “incompetência ou bloqueio reiterado“.

Há casos menos preocupantes, mas que também ficaram muito aquém do esperado. A ULS Tâmega e Sousa, por exemplo, pediu 11 vagas e só teve direito a uma, mas nesse hospital, garante, todos os utentes têm médico de família.

ZAP //

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2 Comments

  1. Então os profissionais de saúde que diziam “A nossa porta está aberta para todos”? Não vão dar consultas a quem não tem médico de família?

    • Cada médico tem o seu horário de trabalho, e um número máximo para ver. Os que estão além desse número dem dirigir-se ao Largo do Rato ou, á residência do primeiro ministro.

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