Ucraniano construiu abrigo anti-aéreo: “Custou uma frigideira eléctrica”

Morador em Kryukivshchyna construiu um bunker às suas custas, junto à sua casa. E comparou preços.

Os abrigos anti-aéreos passaram a ser rotina para muitos ucranianos, desde o início da invasão russa, em Fevereiro de 2022.

Mas há um bunker que ganhou destaque entre os locais, essencialmente nas redes sociais.

O abrigo foi construído por um habitante de Kryukivshchyna, muito perto da capital da Ucrânia, Kiev.

Chama-se Kyrylo Barashkov e construiu o abrigo às suas custas (algo raro na Ucrânia), em frente à sua casa. Queria que fosse no jardim “mas a esposa não permitiu”, contou o próprio, no portal TSN.

“Sentar sob as explosões não era uma opção”, acrescentou, admitindo que a ideia até foi de um amigo.

A porta tem uma fechadura que só se abre com um código.

A entrada do abrigo faz lembrar a entrada de uma cave habitual de uma casa rural: uma porta de metal, uma escada com corrimão e luz.

Um metro de cimento no topo da estrutura, paredes com meio metro de espessura.

No andar inferior foi construída uma pequena sala de cerca de 14 metros quadrados, que acolhe até 15 pessoas.

Quando há ataques, ou alertas, Kyrylo, a sua esposa e os três filhos do casal.

Mas, como recebe no máximo 15 pessoas, também há espaço para vizinhos – que agradecem. Agradecem a existência do abrigo e agradecem a poupança que foi feita pelo vizinho.

Dentro do abrigo há “apenas” painéis de madeira nas paredes, tomadas, sofás e uma lareira. Uma decoração modesta, comparando com os abrigos oficiais, construídos pelas autoridades da Ucrânia.

Com todos os cálculos necessários para resistir a ataques, os dois amigos procuraram o projecto na internet, “cavaram um buraco, instalaram acessórios e começaram a despejar cimento”.

A construção durou 2 meses e custou 16.500 euros.

Primeiro, o habitante de Kryukivshchyna até achou caro – mas quando soube quanto dinheiro tem sido gasto em Kiev e em que foi gasto, mudou a sua opinião.

“Afinal, custou uma frigideira eléctrica. Aqui não há frigideiras, nem tambores – e não há vegetais para cortar”, ironizou.

Kyrylo Barashkov estava a referir-se às compras polémicas que o Governo da Ucrânia tem feito desde que a guerra começou, gastando milhares e milhares de euros, por exemplo, em tambores de couro, cortadores de legumes, vaporizadores ou frigideiras (quase 18 mil euros por cada uma).

Quando a guerra acabar, a ideia de Kyrylo é celebrar naquele espaço, com os seus vizinhos. Mais tarde, o abrigo deve transformar-se numa sala de jogos de tabuleiro ou numa mini-biblioteca.

ZAP //

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