Ucrânia reconquista totalidade da região de Kiev. Manobra revela rasto de horror russo

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EPA/Roman Pilipey

Chegada de jornalistas aos locais reconquistados revelou ao mundo algumas das atrocidades cometidas durante a ocupação russa.

As tropas ucranianas anunciaram ao fim do dia de ontem a reconquista da totalidade de Kiev, dando força aos relatos de que os soldados russos estão a recuar nas imediações da capital para um eventual reposicionamento. Uma notícia que poderia ser positiva para o regime de Zelenskyy, não fosse o rasto de horror deixado para trás pelos russos nas cidades que há semanas permaneciam sob seu controlo.

De acordo com o que os ucranianos vinham a dizer nos últimos dias, a reconquista permitiu a libertação de cerca de 30 cidades, mas tal não deveria levar a população sobrevivente a abandonar os territórios, já que nas estradas haviam sido deixadas minas terrestres.

“As casas estão minadas, o equipamento está minado, até os cadáveres” anunciou o presidente do país numa declaração feita ontem e citada pelo Público. Na aldeia de Dmitrivka, perto de Kiev, foram encontrados mais de 1500 engenhos, avançaram as autoridades locais.

As revelações da barbárie russa foi acontecendo ao longo do dia de ontem através das câmaras de jornalistas que avançaram pelos territórios reconquistados. Na cidade de Bucha, os correspondentes da AFP encontraram 20 cadáveres nas ruas, alguns dos quais haviam sido alvejados e mutilados. As imagens mostram ainda corpos com as mãos atadas, sugerindo execuções durante a ocupação russa.

As imagens deverão integrar os registos ucranianos de crimes de guerra cometidos pelos russos e que serão entregues às autoridades internacionais tendo em vista a responsabilização dos seus oficiais e decisores políticos.

Há ainda relatos de que 280 corpos foram enterradas em “valas comuns” na mesma cidade por forças ucranianas, que dizem ser impossível fazê-lo nos três cemitérios do município, por estarem ao alcance dos militares russos.

“Em algumas ruas, pode-se ver 15 a 20 corpos no chão”, mas “não posso dizer quantos mais há nos quintais, atrás das vedações”, avançou o presidente da câmara Anatoly Fedoruk, por telefone, à agência AFP. “Enquanto os desminadores não os tiverem vindo verificar, não é aconselhável apanhá-los” porque podem estar armadilhados, disse.

É expectável que as forças russas se concentrem no Donbass, onde o país invasor pretende expandir e anexar o território controlado pelos rebeldes desde 2014. Ao contrário da versão partilhada pelas forças, que atribuem a mudança a questões táticas, os restantes países acreditam que o reposicionamento se deve a falhas na ofensiva russa, cujo plano inicial era chegar a Kiev e depor o Governo de Zelenskyy.

No entanto, passado mais de um mês da invasão, tal avanço nunca aconteceu.

As atenções da Ucrânia viram-se também para a frente Leste, onde, reconhece o presidente, os russos têm uma vantagem em termos de armamento e até de meios humanos. “Batalhas difíceis ainda nos esperam, não podemos pensar que já passámos por todos os testes”, realçou. É também expectável o reforço dos efetivos russos na região.

ZAP //

10 Comments

  1. “As tropas russas estão a avançar muito devagar porque estão a proteger os civis” dizia um daquelas ex-generais alucinados num canal de TV…
    Esses também mereciam uma “proteção” destas…

  2. Esta noticia é para quem defende os russos e só demonstra a “bondade” dos mesmos.
    E mais, demonstra a libertação do povo ucraniano prometido pelo assassino e ditador russo.

  3. E não falam dos milhares de russos mortos nos últimos 8 anos na Ucrânia através dos ataques e bombardeamentos ucranianos às regiões de maioria russófona como são Lugansk e Donetsk?
    Como já foi dito por Nuno Rogeiro, por Durão Barroso e por outras personalidades nesta guerra a leste não há Santos. Todos são culpados pois há muitos anos que se agridem mutuamente. Inclusive o Ocidente apoiou a anexação da Crimeia pois retirou benefícios disso. Agora servem-se da guerra para continuarem a aumentar o custo de vida das pessoas à semelhança do que fizeram e têm feito com a fraudemia Covid. Já vai sendo tempo das pessoas desligarem a televisão e ligarem o cérebro. 

    • “Agora servem-se da guerra para continuarem a aumentar o custo de vida das pessoas à semelhança do que fizeram e têm feito com a fraudemia Covid. Já vai sendo tempo das pessoas desligarem a televisão e ligarem o cérebro. ”

      Talvez fosse altura de ver se arranja um cérebro que funcione, dado que o seu está todo queimadinho.

  4. Não passa pela cabeça de ninguém que esta “atrocidade” seja uma encenação destinada a demonizar os russos? Não seriam os ucranianos capazes de uma tal manobra de propaganda? Não ficou já provado como funciona essa propaganda no alegado ataque a uma maternidade em Mariupol? Não veio já a parturiente mostrada em fotos revelar que as coisas se não passaram como noticiado, e que a maternidade tinha sido ocupada por tropas ucranianas? Não devíamos todos ter muito cuidado com a aceitação deste tipo de acusações? Numa guerra, há alguém que fale verdade?

  5. Não passa pela cabeça de ninguém que esta “atrocidade” seja uma encenação destinada a demonizar os russos? Não seriam os ucranianos capazes de uma tal manobra de propaganda? Não ficou já provado como funciona essa propaganda no alegado ataque a uma maternidade em Mariupol? Não veio já a parturiente mostrada em fotos que as coisas se não passaram como noticiado, e que a maternidade tinha sido ocupada por tropas ucranianas? Não devíamos todos ter muito cuidado com a aceitação deste tipo de acusações? Numa guerra, há alguém que fale verdade?

  6. Querem picar o Putin…?… Haja alguém que tenha bolinhas para enviar uma fragata com Cargas de Profundidade no Báltico, para destruir os pipelines Nordstream1 e o Nordstream2, ou então derreter os hubs de gás no território russo. Por outro lado, já que a convenção de Genebra não existe… Que tal uns drones com NAPALM? Posso passar a receita para o fazer.

    • Ainda bem que somos um país pequenino, que é para que os nossos loucos não causem estragos por esse mundo fora…

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