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Ucrânia pretende tornar Chernobyl em património mundial da UNESCO

A Ucrânia pretende transformar a “cidade-fantasma” de Chernobyl, que em abril de 1986 sofreu um grave acidente acidente nuclear e ficou desabitada, num local com estatuto de património mundial da UNESCO.

De acordo com o East2West News, a ideia é do ministro da cultura ucraniano, Oleksandr Tkachenko, que acredita que transformar Chernobyl em património mundial da UNESCO, tornando-o num “íman de turismo”, pode impulsionar a economia do estado.

O governante procura conseguir o estatuto de património mundial da UNESCO para a Zona de Exclusão de Chernobyl, uma grande área definida pelas forças armadas soviéticas após o desastre nuclear que matou direta e imediatamente 31 pessoas.

Chernobyl é já uma atração turística, tendo a sua popularidade crescido substancialmente com a série documental com o mesmo nome da HBO que retrata o desastre.

No entanto, o Governo ucraniano procura uma designação oficial com o selo UNESCO para exponenciar a economia num espaço que está a ser vendido como uma espécie de “Pompeia da Era Atómica”, segundo escreve o New York Post.

Se a pretensão da Ucrânia se concretizar, Chernobyl juntar-se-á ao Taj Mahal, na Índia, à Grande Barreira de Corais, na Austrália, e ao pré-histórico Stonehenge, no Reino Unido.

“Vemos tudo de forma muito diferente quando vemos com os próprios olhos, ao vivo”, disse ao East2West News Tkachenko, que tinha familiares em Pripyat, uma cidade na vizinhança de Chernobyl, na altura do desastre.

“Esta não é apenas uma atração turística, mas também um lugar de memória”, disse o governante ao mesmo portal, dizendo ainda querer desenvolver “uma marca turística independente da zona de exclusão de Chernobyl”.

A radiação ainda é potencialmente perigosa na zona, mas há estudo que mostram que a natureza tem conseguido recuperar: cerca de 300 espécies de pássaros, incluindo três dezenas de espécies ameaçadas de extinção, já voltaram ao local.

“Os cientista descobriram que o terreno ao redor da planta [da central nuclear], que está praticamente fora do alcance dos humanos há três décadas, se tornou num para a vida selvagem, com linces, bisontes, veados e outros animais perambulando por florestas densas”, pode ler-se no programa ambiental da ONU.

O acidente ocorreu a 26 de abril de 1986, durante um teste da estação que simulava uma falha de energia, resultando num incêndio que durou nove dias.

A quantidade de mortes, ainda hoje, é caso de discussão, não havendo um número oficial.

A explosão causou 31 mortes diretas, mas expôs milhões de pessoas a níveis de radiação perigosos. Houve 134 mil pessoas hospitalizadas. A catástrofe é considerada a maior de origem nuclear da história.

A Organização das Nações Unidas (ONU) previu até nove mil mortes relacionadas com cancro em 2005 e a Greenpeace estimou até 200 mil mortes.

Apenas cerca de 150 idosos vivem na Zona de Exclusão. As autoridades dizem que só será seguro para os humanos morarem lá novamente em 24 mil anos, segundo a AFP, embora os turistas possam visitar o local por curtos períodos de tempo.

ZAP //

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