O ex-jogador de futebol turco Hakan Sukur é alvo de um mandado de captura por alegado envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 15 de julho.
Segundo noticia hoje a imprensa da Turquia, antigo futebolista internacional Hakan Sukur é acusado pelas autoridades judiciais da província de Sakarya, a leste de Istambul, de estar envolvido na organização liderada por Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos, e apontado por Ancara como o organizador da intentona militar.
De acordo com a agência Anadolu, a acusação acusa o antigo jogador de futebol de ser “membro de um grupo terrorista armado”, a Organização Terrorista Fethullah FETO, tal como é designado pelo governo de Ancara o organismo supostamente liderado por Fethullah Gulen.
O líder religioso e membro da oposição, exilado em território norte-americano, já negou a existência de qualquer organização relacionada com o golpe de Estado falhado de 15 de julho.
A agência Anadalou refere também que foi emitido uma outra ordem de prisão que visa o pai de Hakan, Selmet Sukur.
A mesma notícia indica que os dois homens não foram encontrados pela polícia nas residências de que são proprietários em Ancara e Sakarya, depois de terem sido decretadas as ordens de prisão, acrescentando que vários familiares do jogador abandonaram a Turquia em 2015.
A nota da agência Anadalou afirma que é possível que Sukur se encontre nos Estados Unidos.
O ponta-de-lança Hakan Sukur foi uma das estrelas da seleção de futebol da Turquia que conseguiu o terceiro lugar no Campeonato Mundial de Futebol de 2002.
Sukur foi jogador de futebol entre 1987 e 2007, tendo sido o melhor marcador da história da Turquia.
Além de ter jogado no clube de Istambul, Galatasaray, fez parte das equipas do Inter de Milão e Parma, em Itália e do Blackburn Rovers, no Reino Unido.
O golo que marcou contra a seleção da Coreia do Sul, nos primeiros segundos da partida, em 2002, continua a ser o golo mais rápido da história dos campeonatos mundiais de futebol.
Após terminar a carreira como futebolista, Sukur tornou-se membro do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), liderado por Erdogan, tendo sido eleito deputado, em 2011.
Sukur apresentou a demissão depois de revelados escândalos de corrupção que visavam a família do presidente turco e de várias outras personalidades do partido no poder, tendo-se aproximado do movimento de Gulen, antigo aliado do chefe de Estado e líder do AKP.
Nos últimos anos, Sukur opôs-se às medidas impostas por Erdogan que obrigaram ao encerramento das escolas fundadas pelo Hizmet, o movimento fundado por Gulen.
/Lusa