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Turquia acusa formalmente 20 sauditas pelo assassinato de Jamal Khashoggi

pomed / Flickr

O Jornalista saudita Jamal Khashoggi

A Turquia acusou formalmente 20 sauditas, incluindo duas pessoas próximas do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

O gabinete do procurador-geral de Istambul adiantou, em comunicado, que identificou duas pessoas próximas do príncipe Mohammed bin Salman como autores intelectuais do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi: o ex-conselheiro Saud Al Qahtani e o ex-diretor de inteligência, general Ahmed Al Assiri.

Após vários meses de investigação, a relatora da ONU sobre tortura, Agnes Callamard, concluiu que o príncipe herdeiro saudita, assim como outros altos responsáveis do regime, têm responsabilidades no assassínio.

Em dezembro, um tribunal da Arábia Saudita condenou à morte cinco pessoas pelo seu alegado envolvimento no crime e condenou outras três a penas de prisão. “Diz-se que vão ser executadas algumas pessoas sem explicar quem são e porque o fizeram, não foi um julgamento aberto, tudo decorreu à porta fechada, desta forma não aceito o resultado nem creio que ninguém o faça”, afirmou Cengiz, noiva do jornalista.

A 9 de março, a também investigadora turca, criticou a inação da ONU perante este crime, dizendo que prejudica o seu prestígio e apelando a que se adotem medidas concretas contra a monarquia saudita. “O relatório da relatora da ONU Agnes Callamard foi claro, pediu que fosse investigado o crime, mas infelizmente não foi dado qualquer passo”, disse.

Segundo as agências noticiosas, Cengiz compareceu na sede europeia da ONU para renovar perante o Conselho de Estado as suas pressões dirigidas à Arábia Saudita para que se investigue e castigue os autores do crime.

“Apesar da inação e da paralisia ainda estou otimista e acredito que este é o lugar onde algo tem de ocorrer, e por isso estou aqui, para recordar que ainda se pode fazer algo. Esta é a oportunidade da ONU para se fortalecer a si própria e surgir como a autoridade na matéria, como um corpo para impor sanções e castigar os culpados”, afirmou Cengiz.

A investigadora e ativista turca também se dirigiu aos países da União Europeia, a quem pediu um papel mais ativo que não se limite a simples declarações de condenação pelo assassínio do jornalista.

“Posso ver que muitos países estão incomodados com o odioso crime cometido, e por isso exorto-os a tomarem ações individuais. Sei que entre eles existe essa vontade”, declarou.

Jamal Khashoggi, um jornalista crítico da monarquia saudita e que trabalhava para o The Washington Post, foi assassinado e desmembrado a 2 de outubro de 2018, no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

ZAP //

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