O primeiro-ministro designado da Tunísia, Habib Jemli, anunciou na quarta-feira a composição do novo governo, com uma forte participação do Movimento Enhhada e de mulheres, que pela primeira vez garantem 40% do gabinete.
Em conferência de imprensa, o futuro chefe de governo, proveniente do Ennahda (Renascimento), um partido conservador de tendência islamita, confirmou que apresentou na quarta-feira a lista ao Presidente do país, o ultraconservador Kais Saied, e que o nome dos novos ministros será revelado na quinta-feira, noticiou a agência Lusa.
“O mais jovem tem 39 anos e o mais velho 69”, afirmou Jemli, que se limitou a indicar que entre os membros do novo executivo se incluem antigos ministros e diversos tecnocratas.
A identidade dos ministros será revelada esta quinta-feira por Rachid Ghannouchi, presidente do parlamento e líder do Ennahda. O novo governo será depois submetido à aprovação do parlamento, dominado pelo partido islamita com 52 lugares, longe dos 109 votos necessários.
Jemli foi forçado a negociar com diversas forças políticas após a vitória do seu partido nas eleições legislativas de outubro passado por maioria relativa, mas que permitiram a esta formação designar o nome do chefe de governo. Após o fim do prazo de dois meses para a formação do executivo, pediu ao Presidente um prolongamento por mais um mês, como prevê a Constituição.
Segundo observadores tunisinos citados pela agência EFE, Jemli conseguiu o consenso necessário devido a apoios tão díspares como o partido salafista Al Karama, o partido laico Corrente Democrática ou a formação do antigo primeiro-ministro Yousef Chaheed, parceiro do Ennahda no anterior executivo, para além de numerosos deputados independentes.
Jemli assegurou na quarta-feira que a principal preocupação consiste na recuperação da economia nacional, confrontada com uma prolongada crise, incluindo uma elevada taxa de desemprego entre os mais jovens.