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Trabalhadores de fast-food dos EUA exigem 15 dólares por hora e um sindicato

SportSuburban / Flickr

Trabalhadores de estabelecimentos de fast-food protestaram, esta quinta-feira, em várias dezenas de cidades dos Estados Unidos para reivindicar um salário mínimo de 15 dólares por hora (10,9 euros) e o direito a um sindicato.

As manifestações inserem-se no quadro de uma greve convocada por outros trabalhadores em 230 cidades em todo o mundo.

Ecoando gritos como “McDonald’s estamos aqui” e erguendo cartazes com mensagens como “Melhores salários para uma economia mais forte” ou “Juntos pelos 15 dólares e um sindicato”, os manifestantes, na sua maioria imigrantes, marcharam pelas mais importantes cidades norte-americanas, não obstante, por vezes, a chuva e o vento.

Na praça de Times Square, em Nova Iorque, viram os turistas abrandar o passo para observar o protesto que realizavam junto a uma pizzaria na zona comercial sempre cheia de turistas e nova-iorquinos.

“Estou aqui a lutar contra as injustiças que são cometidas contra os trabalhadores. Nós merecemos respeito por parte deles que fazem milhões de dólares às custas dos nossos esforços”, afirmou o mexicano Próspero Sánchez, citado pela agência Efe, apontando que “trabalhou no duro” ao longo de 14 anos, para a Domino’s e que apenas ganha 11,50 dólares (8,4 euros) por hora.

Apesar do esforço “pagaram-me com o despedimento. Estive dois meses sem emprego e procurei ajuda junto da união”, indicou Sánchez, contando que na sequência disso foi readmitido no estabelecimento, vigiado pela polícia, realçando que a indústria de fast-food, cuja força laboral é composta em dois terços por mulheres, gera 200 mil milhões de dólares por ano.

“Luta por 15”

Os trabalhadores contaram durante a manifestação em Nova Iorque com o apoio de vários deputados e de outros políticos e líderes religiosos.

Em Chicago, apesar da chuva, um grupo de manifestantes, com uma banda de mariachis junto ao espaço Rock ‘n’ Roll do McDonald’s, no centro da cidade, onde gritaram em espanhol: “O que queremos? 15 dólares. Quando queremos? Agora!”.

Nazly Damasio, porta-voz da campanha “Luta por 15“, disse que os trabalhadores reclamam um salário mínimo nesse valor e o direito a pertencer a um sindicato, sem medo de represálias.

“Eles ganham milhares de milhões de dólares e os seus trabalhadores vivem na pobreza. 52% destes trabalhadores são pais e mães de crianças que têm de depender de assistência pública para chegar ao final do mês”, acrescentou.

Segundo os organizadores, em Chicago, os estabelecimentos de comida rápida pagam, regra geral, o salário mínimo estatal de 8,25 dólares (6 euros), sem outro tipo de regalias ou horários fixos.

Em Los Angeles, os protestos não afetaram o serviço, apesar de os imigrantes terem mostrado a sua preocupação e desacordo relativamente à situação.

“Como posso manter a minha casa e os meus dois filhos com um salário de 10 dólares por hora?”, questionou Ana Martínez, que trabalha para a cadeia Burger King.

Uma investigação realizada pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, revela que o custo de programas de assistência pública para trabalhadores de restaurantes de comida rápida que não conseguem suportar as despesas familiares, é de 17 mil milhões de dólares anuais.

Em Miami, os manifestantes concentraram-se num McDonald’s e num Wendy’s.

“Estamos aqui para apoiar os funcionários de estabelecimentos de comida rápida que, atualmente, trabalham quase todos os dias em part-time, sem benefícios e com um salário mínimo que na Florida é de 7,93 dólares (5,7 euros) por hora”, disse à agência Efe Kathy Bird, organizadora da Coligação de Imigrantes da Florida.

A ativista reiterou que os protestos fazem parte de um movimento global que reivindica um melhor salário e uma vida digna para os trabalhadores.

/Lusa

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